Após quase um ano de investigação, o congresso norte-americano conclui que os gigantes chineses Huawei e ZTE podem representar uma ameaça à segurança e à propriedade intelectual das empresas norte-americanas que utilizem a sua tecnologia.



O relatório do House Intelligence Committee defende mesmo que as duas empresas devem ser mantidas afastadas de processos de fusão e aquisições no país, já que durante a investigação não conseguiram afastar todas as preocupações relativas à suposta colaboração das companhias com os interesses políticos e militares chineses.



"A China tem os meios, a oportunidade e o motivo para usar empresas de telecomunicações com fins maliciosos", defende o documento, acrescentando que a informação analisada leva a comissão a desconfiar que as empresas "não estão livres de influências do Estado e isso representa um risco de segurança para os Estados Unidos e para os seus sistemas", relata a BBC.



Já ontem Mike Rogers, o presidente do comité que analisou o tema, tinha dito no programa televisivo 60 Minutos que se estivesse no lugar de uma empresa americana que se preocupasse com a sua propriedade intelectual, na altura de escolher o parceiro de telecomunicações, optaria por outro vendedor.



A ZTE já reagiu aos resultados do relatório, numa declaração onde garante ter prestado um nível de colaboração com as investigações nunca assegurado por uma empresa chinesa. A empresa também assegura, como já tinha feito antes, que as acusações são infundadas.



"A ZTE assegurou um nível de colaboração sem precedentes numa empresa chinesa a uma investigação do congresso", diz a declaração citada pela agência noticiosa chinesa Xinhua.



As suspeitas relativamente às ligações da Huawei e da ZTE com o Governo do seu país são antigas. Subiram de tom graças a várias denúncias que acusam as empresas de usar a sua tecnologia para recolher dados das empresas ocidentais e enviá-los para a China.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira