O ritmo de crescimento para o sector de Tecnologias de Informação no mercado nacional é superior à média registada no resto da Europa o que leva a IDC a prever que entre 2005 e 2009 o investimento no sector leve a um crescimento acumulado de mais de 40 por cento em Portugal, mais 10 por cento do que é esperado no resto da Europa ao longo do mesmo período.



Contudo, é o mercado de equipamentos que obtém maior investimento por parte das empresas nacionais, superando os 54 por cento face aos "34 por cento da média europeia". Esta é uma realidade que tende a agravar com o aumento do peso específico do hardware, que deverá atingir os 60 por cento em 2009, em detrimento do sector de serviços, ou seja, o contrário do que se pode observar na Europa, onde este sector ocupa uma posição dominante.



A IDC reforça a sua previsão ao referir que, excluindo os serviços de outsourcing, o crescimento global dos serviços de TI entre 2005 e 2009 é seis por cento inferior aos valores registados nos restantes países europeus.



Estima-se que discrepância de investimentos entre os dois sectores acarrete impactos negativos ao nível da actividade dos fornecedores de TI, que obtêm "margens de lucros mais reduzidas na comercialização de equipamentos que em prestações de serviços", e nos índices de produtividade e competitividade dentro da comunidade utilizadora, já que a falta de investimentos gera "um fraco nível de definição estratégica e de planeamento", o que para a IDC é reflexo da lacuna estrutural existente no segmento empresarial português.



Paralelamente, também os investimentos em software representam valores superiores aos registados na média europeia, embora estejam abaixo dos números requeridos para a recuperação do atraso tecnológico e de organização. Mais uma vez, o crescimento neste segmento, é impulsionado pela actualização tecnológica e não tanto pela necessidade de investimento em aplicações e ferramentas de desenvolvimento.



Para 2006, a IDC, estima que o mercado global de TI seja dominado por um crescimento moderado, onde os principais players serão obrigados a repensar a sua "oferta de produtos e serviços em função das oportunidades de fusão e aquisição" e as estratégias de inovação - ao nível de clientes, de modelos de distribuição e de venda -, "adequados a um ambiente competitivo e em rápida mutação".



Contudo espera-se que as TIC obtenham um crescimento moderado, o que se reflecte junto dos fornecedores que apostam em novos produtos e serviços, mais modelos de negócio e "novos tipos de relacionamento com a comunidade utilizadora".



A aquisição de pequenas empresas, com especializações em determinados segmentos de mercado, assim como as fusões entre organizações continuarão a desempenhar um papel relevante junto do redimensionamento das empresas fornecedoras.



Prevê-se que o modelo Open Innovation venha potenciar a criatividade a partir de fontes externas à empresa, o que poderá trazer grandes mudanças ao nível de vários segmentos, "desde o open source até outras comunidades mais fechadas", já que, utiliza os benefícios da Internet para "acelerar o aumento da produtividade, constituindo uma importante contrapartida aos efeitos igualizadores da globalização", diz a consultora.



São esperadas novas versões de implementação online de aplicações por parte dos líderes de software aplicacional e estima-se que o "efeito Google" venha a expandir-se o que implica um impacto ao nível dos modelos de distribuição de software, agregação de conteúdos, publicidade, comunicações e media. Também os sectores financeiros, de transportes, de viagens ou de leilões iram sentir os reflexos desta tendência tecnológica, diz a IDC.



No entanto, a previsão aponta para a supremacia da tecnologia na oferta de serviços às empresas e aos consumidores, o que aumenta o "número de fabricantes de equipamentos extra-informática e o aumento da oferta de BPO".

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