O investimento da Europa em investigação e desenvolvimento estagnou desde meados da década de 90, mantendo-se a diferença que desde essa altura separava o velho continente dos Estados Unidos. Face a outras regiões do globo como o Japão, a China ou a Coreia do Sul, a análise comparativa também não favorece a Europa, já que os países em questão se destacam pelo aumento sustentado dos investimentos em I&D ao longo dos últimos anos.



Os dados constam do Key Figures 2007 on Science, Technology and Innovation apresentado pela Comissão Europeia. O documento aponta especiais preocupações relativamente aos investimentos em I&D por parte das empresas privadas, já que é sobretudo graças a esta área que se verificam as maiores divergências comparativamente a países como os Estados Unidos.



Segundo o documento, em 2005 a União Europeia apenas alocou 1,84 por cento do PIB em I&D. A este ritmo países como a China deverão ficar ao nível da UE já em 2009, estima o documento.



Os valores actuais indicam que Áustria, Alemanha, Finlândia e Dinamarca são os países com maiores índices de investimento dentro da Europa, provando que é possível aumentar a intensidade da I&D no PIB para os 2 a 3 por cento.


O líder europeu em investimento na I&D face ao PIB é a Suécia, com um rácio de 3,86 por cento. Portugal aparece bem mais abaixo na lista que compara Europa e outras regiões do globo, com 0,80 por cento do PIB alocado à I&D. A média europeia é como já foi referido de 1,84 por cento, de acordo com os números de 2005 usados na edição 2007 do estudo.



Portugal mantém-se no grupo catching up, a par com países como a Hungria, a República Checa, Chipre ou Estónia. O documento atesta um reforço do investimento português em I&D, assim como da Grécia, mas também sublinha que os países não conseguiram evitar "ser apanhados" por vários países da nova Europa.



Sobre o Portugal, o estudo também destaca uma utilização acima da média de capital de risco, face à intensidade dos investimentos em I&D e à média da UE. O país é igualmente destacado pelos significativos progressos nos sectores de baixa e média tecnologia, que progrediram a um ritmo acima da média europeia no que toca ao investimento em I&D. No outro extremo classificativo Portugal aparece com um dos piores classificados no que se refere à evolução da produtividade.



O estudo apresentado pela Comissão Europeia coloca a Europa atrás dos Estados Unidos em todas as áreas de comparação usadas para medir a I&D nas duas regiões do globo. Seja no que se refere às universidades, às patentes, aos investimentos por indústria ou outros.



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