A escolha do Empreendedor do Ano 2021 foi o culminar de uma tarde intensa e que mostrou que o ecossistema de empreendedorismo "está maduro e vibrante", como defendeu  Miguel Fontes, diretor executivo da Startup Lisboa, na abertura do Startup Lisboa Day. 25 empreendedores de entre as 100 que estão na incubadora subiram ao palco para fazer o seu pitch de 4 minutos perante uma plateia de empreendedores e investidores no Hub do Beato.

A diversidade e multiculturalidade das startups foram destacadas por Miguel Fontes, que garante que já não é possível ignorar o ecossistema de empresas que é uma parte relevante da economia, embora ainda residual. "As startups são parte integrante de qualquer equação [...] está mais maduro, vibrante e é com indesfarçável orgulho vermos que a Startup Lisboa tem contribuído nos seus 10 anos de forma relevante para o crescimento de um ecossistema diverso, cosmopolita".

Número de unicórnios é o maior de sempre e startups portuguesas contribuem para isso
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André Aragão de Azevedo, secretário de Estado para a transição digital, recordou também os números que são conhecidos, de 2.500 startups, 160 incubadoras e 5 unicórnios. "Temos um número muito relevante de unicórnios per capita", explicou na sua intervenção, sublinhando que é 2,5 vezes mais do que a França e Alemanha.

O secretário de Estado garante que não há nenhuma obcessão pelos unicórnios, e que todas as startups são importantes, mas adicionou ainda mais números, indicando que "já batemos o recorde absoluto de captação de investimento, com mais de 840 milhões de euros", um crescimento 2 vezes superior à dinâmica de mercados como a Alemanha e a França.

O peso na economia já é muito expressivo, mas "precisamos de tornar tangível o que vale na economia", sublinhou, referindo também que ainda há questões a resolver para acelerar os mecanismos de captação de talento. Os 125 milhões que foram reservados no PRR para esta área, de apoio a startups e à rede de incubadoras e empreendedorismo verde.

Para o final da tarde ficou a escolha do Empreendedor do Ano 2021, um tributo a João Vasconcelos. "Este é um prémio ao founder, num processo cada vez mais seletivo e criterioso", como explicou Miguel Fontes, diretor executivo da Startup Lisboa, lembrando que há critérios que as candidaturas têm de cumprir. Este ano foram feitas mais de 50 candidaturas, que passaram 21 finalistas à fase final, elegendo depois o júri os 6 finalistas que hoje fizeram o seu pitch perante uma plateia de investidores e de outros empreendedores.

A equipa de vencedores vai receber um prémio monetário de 10 mil euros,  prémio patrocinado pela Semapa NEXT, empresa de capital de risco da Semapa, e junta-se a uma lista de empreendedores que inclui Daniela Braga, fundadora e CEO da DefinedCrowd, vencedora em 2019, e André Jordão, fundador e CEO da Barkyn, vencedor em 2020.

A Sensei foi fundada em 2017 e desenvolve tecnologia baseada em computer vision para a área do retalho. A tecnologia do Continente Labs, o primeiro supermercado autónomo e sem checkout na Europa, que abriu este ano em Lisboa é um dos exemplos dos projetos onde a empresa tem apostado, com experiências de compra sem filas.

Já conta com investimento pela Techstars, Seaya Ventures, Iberis, Bright Pixel, Ideias Glaciares e pela alemã METRO AG, a startup olha agora para a expansão internacional e o crescimento, tendo a meta de abrir lojas autónomas em 5 países com as principais cadeias de retalho e multiplicar o número de colaboradores, chegando às 100 pessoas.

Seis finalistas do Prémio Empreendedor

Esta é a lista dos empreendedores que chegaram à fase final, depois de uma seleção do júri.

Christopher Barnes e Jeferson Valadares (Doppio)

Christopher e Jeferson são os fundadores da Doppio, um estúdio de jogos comandados por voz. The Vortex foi o primeiro jogo criado pela startup, em 2018, ao qual se seguiu o jogo oficial da série “3%“, da Netflix, para Google Assistant e Amazon Alexa; e um jogo oficial do PAC-MAN “Waka-Waka”, criado em parceria com a Bandai Namco. Mais recentemente, e no contexto de pandemia, desenvolveram “Just Say The Word”, para jogar através da plataforma de reuniões virtuais Zoom.

Com 11 pessoas na equipa, este estúdio revelou-se um dos maiores criadores de jogos para voz, não só em termos de receita média por utilizador, como também pelo reconhecimento dos principais players do mercado, como a Amazon e a Google. São também parceiros de lançamento da Zoom Apps.

Hugo Venâncio (REATIA)

Hugo Venâncio fundou a REATIA em 2019 com o objetivo de democratizar o acesso aos dados do mercado imobiliário. Ao permitir uma visão global e integrada do estado do mercado, e usando Inteligência artificial, a REATIA quer contribuir para a saúde e transparência do mercado imobiliário, com a disponibilização de dados tratados e ferramentas de análise de mercado mais eficientes para os diferentes players do setor.

Com atividade em Portugal e Espanha, a REATIA prepara-se para entrar num terceiro mercado no último trimestre deste ano. A startup conta com uma equipa de mais de 20 pessoas e com mais de 11 mil utilizadores só em Portugal. É um negócio rentável desde o seu primeiro ano de operação.

Joana Rafael, Nuno Moutinho, Paulo Carreira e Vasco Portugal (Sensei)

Fundada em 2017, por Joana Rafael, Nuno Moutinho, Paulo Carreira e Vasco Portugal, a Sensei desenvolve tecnologia baseada em computer vision para a área do retalho. Pioneira no desenvolvimento de soluções para a criação de experiências de compra sem filas e sem fricção para o cliente, foi a empresa que desenvolveu a tecnologia do Continente Labs, o primeiro supermercado autónomo e sem checkout na Europa.

Já investida pela Techstars, Seaya Ventures, Iberis, Bright Pixel, Ideias Glaciares e pela alemã METRO AG, a startup ambiciona entrar com lojas autónomas em 5 países, através da criação de parcerias com as principais cadeias de retalho da europa, fazendo crescer a sua equipa de 36 para 100 pessoas.

Marta Palmeiro (StudentFinance)

Marta Palmeiro é co-fundadora da StudentFinance, uma startup na interseção de EdTech e de Fintech, que remove as barreiras do acesso à educação através de uma plataforma tecnológica de suporte ao modelo de Income Share Agreements (ISA), um modelo de pagamento diferido das propinas em que os alunos pagam uma percentagem do seu salário quando estiverem empregados.

Tem parcerias com mais de 40 escolas focadas em competências tecnológicas e digitais, e operação em Portugal, Espanha, Alemanha, Israel e Finlândia. A StudentFinance prepara-se agora para entrar no mercado do Reino Unido, no primeiro trimestre de 2022. A startup já ajudou 850 alunos a aceder a programas de educação, o que corresponde a um apoio superior a 6 milhões de euros. Marta Palmeiro fundou a Portugal Fintech em 2016, foi vencedora do Women Entrepreneurship Award de 2019 e é mentora na Portuguese Women In Tech.

Miguel Santo Amaro (Coverflex)

Miguel Santo Amaro fundou a Coverflex em 2019, uma solução de compensação flexível que permite às empresas reduzir custos e maximizar os ganhos potenciais das suas pessoas. Nos seus primeiros meses de operação, a Coverflex adquiriu a Colmena e a Flexben, consolidando a liderança do mercado nacional e agilizando assim a sua entrada no mercado espanhol. Entre os seus clientes destaca-se a PwC, com mais 1600 colaboradores em Portugal.

Agora, com 48 pessoas na equipa, mais de 270 empresas clientes e mais de 6000 colaboradores a usar a plataforma, a Coverflex prepara agora a sua expansão internacional. Miguel Santo Amaro esteve na génese do ecossistema empreendedor quando fundou a Uniplaces, em 2011, e mais tarde juntou-se à Shilling como Partner para liderar uns dos fundos de capital de risco mais ativos do país com mais de €30M sob gestão. Foi um dos membros fundadores do World Economic Forum em Portugal, e pertence ao conselho de estratégia da Startup Portugal e da Câmara Municipal do Porto.

Philip Källberg (Shake)

Phillip Källberg é fundador da Shake, uma plataforma de gestão de reviews para pequenas, médias e grandes empresas. Criada em 2018, a startup conta já com uma faturação anual recorrente de 800 mil euros. Apesar de não ter levantado qualquer investimento, conta já com clientes em mais de 30 países.

O percurso desta startup foi conseguido com uma equipa de 15 pessoas em full remote e com uma gestão muito focada na criação de uma cultura de empresa forte.

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação e imagens

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