Já estão a decorrer as Segundas Jornadas de Inovação na Exponor. Até sábado vão estar em exposição 120 projectos que Lino Fernandes, presidente da Agência de Inovação - entidade organizadora do evento -, apresenta como os resultados práticos das actividades de investigação e desenvolvimento que a Agência de Inovação tem vindo a apoiar nos últimos anos.



A sessão de abertura contou com a presença do Presidente da República, Jorge Sampaio, do Ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, do Ministro da Economia, Braga da Cruz, do Presidente da Agência de Inovação, Lino Fernandes, e do Presidente da Associação Empresarial de Portugal, Ludgero Marques.



Segundo Mariano Gago, Portugal está a ultrapassar, rapidamente, o seu atraso científico. O ano de 1995 foi um ano de viragem já que, desde essa data, Portugal sentiu um grande desenvolvimento nesta área. É actualmente o quarto melhor país em relação ao aumento do número de investigadores, ocupa o terceiro lugar no que toca à investigação e desenvolvimento, e a taxa de crescimento do orçamento público para a Ciência e Tecnologia é a segunda melhor.



Porém, durante a conferência realizada sobre o balanço da cooperação entre as universidades e as empresas, Lino Fernandes chamou a atenção para o facto de existir em Portugal uma geração, ainda activa, que tem um nível de educação muito baixo, que contrasta com as gerações mais novas. Uma realidade dificilmente alterável num futuro próximo na sua opinião.



De acordo com este responsável o timing para modernizar a indústria portuguesa não se enquadra com o tempo necessário para educar a população activa. Desta forma, não basta dizer que a evolução tecnológica está a crescer 15 por cento ao ano, nem a distribuíção de fundos por si só é suficiente. Lino Fernandes, afirma que é preciso ter políticas de concentração de esforços para apostar numa evolução a médio e longo prazo.



O empenho das empresas foi outros dos aspectos que o Presidente da Agência de Inovação focou. Segundo constata, as empresas portuguesas não estão muito habituadas a criar produtos, já que a maioria trabalha em regime de sub-contrato.



Lino Fernandes chama assim a atenção para o facto da realidade actual, e dos próximos seis a dez anos, serem o resultado daquilo que se construiu, e das políticas que se aplicaram, nos últimos vinte anos. Segundo explicou, não se pode estar à espera que Portugal se transforme numa economia de serviços, que representa hoje um grande peso na União Europeia, mas devemos tentar que Portugal seja uma economia indústrial minimamente competitiva.



Maria de Lurdes Rodrigues presidente do Observatório das Ciências e das Tecnologias, presente na conferência, apresentou os resultados do Inquérito ao Potencial Ciêntifico e Tecnológico Nacional de 1999, onde se registou uma tendência para o aumento da investigação e desenvolvimento empresarial no nosso país.



De acordo com os valores publicados no inquérito, a percentagem de investigadores aumentou 7 por cento, e a participação das universidades representa 44 por cento dos recursos humanos a trabalhar nesta área. Também a área empresarial apresenta um crescimento de 28 por cento no número de pessoas relacionadas com a investigação. No entanto, e apesar dos números registarem um aumento, é preciso um maior esforço, já que até 1995 o crescimento foi muito pouco significativo.



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