(Actualizada) A JP Sá Couto é indiciada de crimes de fraude e fuga ao IVA num processo que lesou o Estado em mais de cinco milhões de euros. O caso remonta a 2005, altura em que veio a público, e diz respeito a factos ocorridos entre 1998 e 2001, avança hoje a Rádio Renascença, que recupera o assunto numa altura em que a empresa do norte tem uma forte relação com o Governo.

O processo, que acusa a fabricante do Magalhães e outros 39 arguidos, entre os quais o administrador João Paulo Sá Couto, é confirmado pelo juiz de instrução e continua em marcha. Em causa está o facto da empresa não ter conseguido provar que os factos apresentados pelo Ministério Público fogem à realidade, mesmo com a JP Sá Couto a alegar que a acusação está construída com base em meras presunções, sem factos que a suportem.

À acção criminal, que indicia a fabricante por envolvimento num esquema de fraude normalmente conhecido por Carrossel, está associado ainda um pedido civil pelos danos do crime. O Estado pede cinco milhões, cento e trinta e seis mil e novecentos e cinquenta e sete euros, resultante do enriquecimento ilícito das empresas e do consequente empobrecimento do Estado, acrescidos dos respectivos juros de mora.

Na altura em que o caso se tornou conhecido, graças a uma investigação do já extinto "Independente", várias empresas tinham sido constituídas arguidas, entre as quais a Introduxi, a CPC DI, a Montoya & Amorim, a J.P. Sá Couto, entre outras menos conhecidas. As acusações envolviam ainda empresas espanholas.

No comunicado enviado às redacções a JP Sá Couto recorda que o caso tem vários anos e diz que "aguarda serenamente o desfecho do julgamento", tendo "plena convicção que a verdade será resposta".

Ao tribunal a empresa entregou a sua contestação e na altura dos acontecimentos terá também informado os "fornecedores e entidades bancárias dos factos em causa, tendo estes manifestado a sua total confiança na empresa", garante.

As declarações são assinadas por Jorge Sá Couto, presidente do Conselho de Administração da empresa.

Nota de redacção: A notícia foi actualizada para acrescentar informações constantes da declaração da JP Sá Couto, que entretanto reagiu às informações publicadas na imprensa.