O juiz federal dos Estados Unidos Frederick Motz ordenou ontem a Microsoft a começar a incorporar a tecnologia Java
da sua rival Sun Microsystems
no sistema operativo Windows no prazo de 120 dias, após as empresas não terem chegado a acordo relativamente à implementação da ordem que o magistrado divulgou no mês passado.

Motz chamou os advogados de ambas as partes envolvidas num processo privado de antitrust para uma audiência especial de modo a discutir a sua incapacidade para acordarem os termos exactos da decisão preliminar. Emitida pelo juiz a 23 de Dezembro de 2002, o documento afirmava que a Sun tinha boas hipóteses de ganhar o seu processo antitrust contra a Microsoft, pelo que obrigava de forma provisória a gigante de software a incluir a tecnologia Java no Windows.

Para além disso, Motz tinha obrigado cada parte a elaborar uma proposta
explicando como deveria ser implementada essa directiva e, em seguida, a
negociar um compromisso entre ambas. A Sun criticou num documento submetido ao tribunal que a Microsoft queria levar um ano a incluir a tecnologia Java nas cópias do Windows que comercializa.

É natural que a Microsoft venha a apelar da decisão, tendo inclusive dito a Motz que integrar Java no sistema operativo não era uma tarefa simples e poderá prejudicar grandes utilizadores empresariais do Windows. O processo instaurado pela Sun acusa a Microsoft de ter tentado prejudicar a sua tecnologia Java e de planear dominar o mercado com o
software de serviços Web .Net.

A empresa de servidores Unix argumenta ainda que a Microsoft considera a
tecnologia Java uma ameaça porque pode correr numa série de sistemas
operativos e não apenas no Windows, tendo por isso promovido uma versão incompatível do software que funcionava melhor com o Windows. Mais recentemente, a companhia de Bill Gates retirou a aplicação Java do Windows XP, lançado em Outubro de 2001.

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