A Lenovo partilhou os resultados financeiros do terceiro trimestre fiscal de 2021, revelando um crescimento-recorde nos seus diversos segmentos. No total, a fabricante chinesa ultrapassou a barreira dos 20 mil milhões de dólares de receita num único trimestre. Ou seja, as suas receitas foram de 20,1 mil milhões contra os 17,2 mil milhões registados no período homólogo do ano passado. O valor representa um crescimento de 17%. Em receitas líquidas, a empresa apontou 640 milhões de dólares, num crescimento de 62%. O rendimento antes dos impostos também foi um recorde de 855 milhões de dólares, um aumento de 45% em termos homólogos.

A empresa destaca-se pelo mercado de computadores, mas afirma que todas as áreas onde atua registaram um crescimento significativo, com a faturação distribuída pelas suas quatro áreas geográficas principais: A China 27% (com crescimento de 23%), EMEA também representa 27% (mas com um aumento de 20%), Ásia/Pacífico 16% (mais 6%) e Américas correspondem a 30% (com crescimento de 15%). A empresa refere que o seu “bolo” está bem repartido a nível global neste trimestre.

tek Lenovo 3º trimestre 2021
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São três as áreas onde a Lenovo atua: Equipamentos IDG (Intelligent Devices Group), que inclui computadores e smartphones; Datacenters; e Serviços.

Na área de IDG, houve um crescimento de receita de 16%, registando 17,6 mil milhões de dólares e rentabilidade de 21%, correspondendo a 1,4 mil milhões de dólares. No que diz respeito ao PC, o negócio continua "muito forte e estável", havendo uma mudança para o segmento comercial e premium. As Workstation e os computadores de gaming cresceram 40% e 27%, respetivamente em relação ao ano anterior.

Já o segmento de smartphones, sobretudo Motorola, a Lenovo procura alavancar a sua reorganização no mercado. A empresa diz que esta área tem crescido e que a sua quota do mercado é maior. A área de mobile tem vindo a registar lucros saudáveis por sete trimestres consecutivos. A empresa diz que é a fabricante número 2 na América Latina e nos Estados Unidos a número 3. Mas também confirma o crescimento em EMEA. As receitas cresceram 46%, sendo os smartphones a área de produto com maior crescimento, representando 89 milhões de dólares, o mesmo do último trimestre.

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As receitas das suas soluções de Smart Collaboration também quase que dobraram. “Resultados espetaculares, com mais recordes”, diz a marca. As receitas na América do Norte cresceram 133%, ocupando o segundo lugar no mercado, como referiu anteriormente. Na América Latina, o segmento cresceu 45% e na China 108% e em EMEA 45%.

Por outro lado, com o surgimento de novos equipamentos inteligentes, a Lenovo destaca o potencial de crescimento em IoT (com computadores embebidos), as vertentes de realidade virtual/aumentada graças ao surgimento do metaverso. Mas também os equipamentos inteligentes de casa, colaboração inteligente, conduzidos pela penetração do 5G e desenvolvimento de redes edge cloud. Assim, a Lenovo diz que pretende continuar a investir na inovação e nos segmentos premium com o objetivo de expandir os seus negócios para além dos computadores. Embora reafirme que “os computadores e portáteis são os que nos dão de comer”. Estas áreas fora do PC já correspondem a 18,7% da contribuição das receitas, embora tenha apenas crescido 1% face ao ano anterior e são quase 6 mil milhões do total dos 20 mil milhões de dólares da faturação do trimestre.

Negócios de infraestruturas dão lucro pela primeira vez desde a compra da IBM x86

Na sua área de negócio ISG (Infrastructure Solutions Group), a Lenovo dá conta de um marco importante: esta foi lucrativa pela primeira vez desde que fez a aquisição da IBM x86 em 2014. As receitas cresceram 19% no mercado durante o terceiro trimestre de 2021, valendo 1,9 mil milhões de dólares. A empresa diz que este foi o quarto trimestre consecutivo de crescimento de receitas em dois dígitos face ao mercado.

A empresa afirma que o seu terceiro pilar de SSG (Solution and Services Group), onde estão incluídos o pós-venda de equipamentos, também registou um crescimento. A empresa afirma que vai expandir e melhorar a sua oferta no mercado, para novas oportunidades de IT. A empresa refere estar na crista da inovação, tendo sido colocada à prova durante a pandemia. A inovação e eficiência destacam-se, com essa estratégia de execução a recompensar nas contas da fabricante.

Esta área registou um crescimento de 25% em comparação com o período homólogo anterior, com receitas de 1,5 mil milhões de dólares e correspondendo a 7,1% das receitas gerais da empresa e uma margem operacional superior a 22%, quase 3% face ao mesmo período de 2020. Os serviços de apoio cresceram 21% e os serviços geridos aumentaram 50% face ao período anterior.

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Ainda no que diz respeito a inovação, a Lenovo disse que as despesas em I&D cresceram 38% face ao período homólogo anterior, “como parte do compromisso mais alargado da empresa em duplicar o este tipo de investimento ao longo de três anos”.

Olhando para o futuro, a empresa espera continuar a crescer de forma sustentável, investindo em inovação, nos segmentos premium e componentes core. Vai também reforçar o seu portfolio de produtos mobile, com expansão na Europa/Ásia e mercados do Pacífico. Também quer partir à boleia de IoT e o Metaverse. A sua atualização de infraestruturas ICT continua, com 250 mil milhões de dólares até 2025.

O novo formato de trabalho remoto também é visto pela empresa como uma grande oportunidade e a Lenovo diz que vai aproveitar a sua pegada de serviço global para ajudar na produtividade, com soluções de apoio, as-a-service e inovações digitais de trabalho.

De recordar que recentemente foram partilhados dados do mercado nacional de computadores pela IDC, referentes ao quarto trimestre do ano (terceiro fiscal da Lenovo). Em Portugal, a Lenovo cresceu 173,9%, sendo a fabricante que mais aumentou, com a venda de 105.960 unidades. A sua quota de mercado é de 24,8%, sendo a segunda, atrás da HP, que mais vende.