Londres, Nova Iorque, São Francisco e Sydney são exemplos de expansão e empreendedorismo conhecidos de todos, mas, para lá das histórias de sucesso mais óbvias, há outros lugares do mundo, cidades e localizações onde se está a contruir o futuro. Lisboa é um deles.
A capital portuguesa foi escolhida entre mais de 150 cidades de todo mundo como um dos "21 Lugares do Futuro" e apontada como uma referência da transformação digital à escala global, de acordo com o estudo realizado pela Cognizant.
Um governo/administração local estável, a qualidade das universidades e o acesso ao capital privado estão entre os parâmetros que mais contribuíram para Lisboa se destacar pela sua capacidade de empreendedorismo na avaliação feita pela empresa norte-americana. A capital portuguesa acaba por ser uma das três únicas cidades europeias a integrar a lista final dos 21 Lugares do Futuro.
Tel Aviv (Israel), São Paulo (Brasil), Wellington (Nova Zelândia), Dundee (Escócia), Toronto (Canadá), Atlanta, Sacramento e Portland (EUA), Kochi (Índia), Songdo (Coreia do Sul), Tallinn (Estónia), Shenzhen e Haidian, Qu-Pequim (China), Nairobi (Quénia), Lagos (Nigéria) e Da Nang (Vietname) são as cidades que acompanham Lisboa neste estudo.
Além das dezassete cidades situadas nos vários hemisférios, a lista final da análise da Cognizant integra também quatro lugares que são designados como “omnisphere” por não terem nenhuma localização física específica, a saber Remotopia, Virtual Space, Outer Space e Nova Hanseatica.
Lisboa também pontuou bem pelas infraestruturas, por ser uma cidade sustentável ou “verde”, por ser um lugar onde é fácil trabalhar, pela segurança, por oferecer um bom nível/custo de vida e por um grande pool de talentos.
O único fator, entre os definidos para a avaliação, em que a pontuação foi um pouco mais baixa está relacionado com a mobilidade e transportes e o alojamento na proximidade aos centros de negócios.
“Lisboa gera talento digital, é capaz de atrair talento digital na esfera internacional, mas acelerar ainda mais essa atratividade passaria por melhorar esta componente da mobilidade e transportes e do alojamento”, apontou Manuel Ávalos
Em entrevista ao SAPO TEK, o Diretor Geral para o Sul da Europa da Cognizant explicou que o estudo foi iniciado no começo deste ano e o objetivo principal era identificar os lugares do mundo cidades e localizações onde se está a contruir o futuro: quem se está a posicionar melhor para o que é a quarta revolução industrial e também o que é o contexto novo da pandemia de COVID-19. “A quarta revolução industrial e a pandemia estão a transformar a economia à escala global e são necessários novos talentos, novas competências e novas atitudes”.
Um lugar (também) para o trabalho do futuro
Lugares do futuro estimulam o trabalho do futuro, defende a Cognizant, que conclui que depois da pandemia "as pessoas estão a tentar reconstruir-se". Neste sentido, Lisboa é identificada como um foco de inovação global e de novas ideias, que certamente irão criar e impulsionar o futuro do trabalho.
Na forma como a pandemia de COVID-19 está a influenciar o trabalho do futuro, Manuel Ávalos considera que as skills e capacidades procuradas continuam a ser fundamentalmente as mesmas “dentro do sistema de transformação digital que vivemos”. Já a forma como se trabalha está a ser transformada.
“O ‘working from home’ vai ser incorporado pelas empresas que o possam fazer. Evidentemente não com os níveis registados durante a pandemia, mas numa percentagem maior do que havia anteriormente, porque demonstrou ser viável e produtivo”
Embora uma das consequências da pandemia tenha sido o “travar” do fluxo de talento internacional, além da virtualização do trabalho, o responsável para o Sul da Europa da Cognizant acredita que haverá um retorno “a um certo nível de normalidade”. Não será a mesma normalidade de antes, “mas os fatores referenciais que posicionam agora Lisboa [como um lugar para o trabalho do futuro] vão continuar a ser muito importantes depois da pandemia”.
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