"Só em termos de pagamentos em MB Way no Banco Comercial Português, através da aplicação do banco ou do MB Way, representam já 40% de todas as transações", afirmou a administradora do BCP Maria José Campos, que falava na conferência "Como proteger os pagamentos? (Ciber)Segurança e prevenção da fraude", organizada pela Banco de Portugal (BdP), que decorre em Lisboa.
Esta responsável explicou que a pandemia de COVID-19 foi um "acelerador de tendências", mas também um consolidador, face à sua duração, dos hábitos de pagamentos digitais.
Assim, surgiram novas propostas de valor e mais operadores no mercado, mas também novas vulnerabilidades, com a fraude nos pagamentos a "evoluir rapidamente".
Maria José Campos apontou que alguns dos principais desafios atuais são os pagamentos instantâneos, "mais difíceis de recuperar", a permanente evolução dos pagamentos digitais, bem como a pressão e expectativa por parte do consumidor para que "a segurança não comprometa experiências mais rápidas, intuitivas e simples".
Já no que se refere aos principais grandes tipos de fraude, a administradora do BCP destacou os casos em que as credenciais dos clientes são comprometidas ou quando os clientes são levados a fazer um pagamento, sem sequer saber o que estão a fazer.
"Queremos estar na frente da inovação dos pagamentos. O que vai obrigar a que os pagamentos sejam mais seguros e confiáveis. Por isso, montamos um modelo com cinco frentes e uma equipa multidisciplinar, que estuda oportunidades para desenvolver novos métodos e iniciativas", sublinhou. Por outro lado, considerou que ainda "há caminho a fazer" no que se refere à colaboração com os outros bancos.
Presente na mesma conferência, o administrador do BdP Hélder Rosalino, já tinha defendido que os sistemas de pagamento "são vitais para a economia". Segundo este responsável, os sistemas de pagamentos são também "um elemento fundamental" para o funcionamento do sistema financeiro.
Os instrumentos de pagamento eletrónico apresentaram níveis de fraude "muito reduzidos" no primeiro semestre de 2021, destacando-se as operações com cartões na ótica da entidade emitente, com 0,03% em quantidade e valor, revelou a instituição liderada por Mário Centeno.
"No primeiro semestre de 2021, a utilização dos diferentes instrumentos de pagamento eletrónicos em Portugal manteve-se com níveis de fraude muito reduzidos", lê-se no relatório dos sistemas de pagamentos 2021, divulgado, esta sexta-feira, pelo BdP.
Destacam-se, neste período, as operações com cartões na ótica do emitente, com um aumento de 0,03% em quantidade e valor.
Contudo, o valor médio por fraude, que se fixou em 54 euros, foi o mais baixo.
As transferências a crédito, por seu turno, apresentaram 2.647 euros de valor médio por transação fraudulenta, "mas apenas três em cada milhão de transferências foram fraudulentas".
O valor médio de fraude por débito direto situou-se nos 1.511 euros, acima do valor médio de 150 euros por operação, "em resultado de um pequeno número de fraudes por montante mais elevado".
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