A comissão organizadora dos Jogos Olímpicos de Tóquio está a discutir a hipótese de utilizar lixo eletrónico na construção das medalhas que serão entregues aos atletas em 2020. De acordo com a Nikkei Asian Review, a hipótese surgiu após uma reunião com a organização não governamental japonesa, Genki Net for Creating a Sustainable Society.

Segundo escreve a publicação, o Japão gera cerca de 650 mil toneladas de lixo eletrónico todos os anos, mas apenas 100 mil são recolhidas para reutilização, gerando um desperdício anual de 550 mil toneladas.

Aliado a esta realidade e a jogar a favor desta ideia está ainda o facto do país não ser rico em recursos naturais, o que, consequentemente, o poderá impelir a "minar" o ouro, a prata e o bronze necessário para a produção das medalhas, noutros sítios.

Em 2012, por exemplo, foram precisos 9,6 quilos de ouro, 1.210 quilos de prata e 700 quilos de cobre para criar todas as medalhas entregues durante os Jogos de Londres. Dois anos depois, o Japão conseguiu recuperar 143 quilos de ouro, 1.566 quilos de prata e 1.112 quilos de cobre de equipamentos eletrónicos descartados, valores que dão segurança a um hipotético avanço neste domínio.

Mas para além da consciencialização ambiental, a concretização deste projeto aponta também à resolução de um problema nacional: a criação de um plano de recolha de equipamentos eletrónicos. Atualmente, os municípios são obrigados por lei a recolher 1Kg de lixo eletrónico por habitante, mas boa parte deles não ultrapassa as 100 gramas desde 2013, ano em que foi implementada a regra.