Durante várias semanas, a população portuguesa teve de cumprir o período de isolamento devido à pandemia da COVID-19. Levantado agora o confinamento, surge uma nova realidade e medidas nas saídas à rua, para os empregos, escolas ou afazeres que requerem cuidados para evitar uma segunda vaga de contágio. É por isso que além do uso obrigatório de máscara, é necessário evitar os contactos não só entre as pessoas, como em objetos e superfícies que possam estar contaminadas.
É neste contexto que as visitas aos restaurantes, até aqui algo banal do quotidiano antes da pandemia, possam refletir-se em receios dos cidadãos. Existem diversas medidas para minimizar riscos durante a abertura dos estabelecimentos, mas há que “educar” funcionários e clientes com os novos cuidados a ter. A utilização dos convencionais menus de papel, por exemplo, foram desaconselhados, sendo agora obrigados a estarem protegidos nas mesas, sem contacto direto com o consumidor.
Escolher pratos através do smartphone
As Páginas Amarelas lançaram uma nova solução tecnológica, o Menu Digital, que pretende descartar essas mesmas ementas convencionais em papel nos restaurantes, para uma interação totalmente feita através do smartphone, via browser. O cliente pode usar o seu próprio equipamento para consultar o menu, fazer os pedidos e no fim pagar, reduzindo a necessidade de interação.
Segundo explicou António Alegre, CEO das Páginas Amarelas ao SAPO TEK, a aplicação surge “da vontade da Páginas Amarelas se manter ao lado das empresas portuguesas, particularmente quando estão a reabrir portas sob as orientações avançadas pela Direção Geral de Saúde e a ter de fazer frente a uma crise sem precedentes”. Nesse sentido, a empresa visa não só ajudar os clientes e empregados a mitigar os riscos de contágio, como também apoiar a digitalização do sector da restauração, “ambas condições necessárias à recuperação da confiança e ao investimento para que a economia revitalize”, acrescenta António Alegre.
Mas como funciona a aplicação? Os restaurantes aderentes ao Menu Digital disponibilizam aos seus clientes um QR Code ou mesmo um endereço URL, visíveis no estabelecimento. Os utilizadores podem assim descarregar e consultar o respetivo menu do restaurante diretamente do browser do seu smartphone, sem a necessidade de instalar qualquer app adicional. “Uma vez que a solução prevê a adaptação a cada restaurante (com conceitos, propostas gastronómicas e até preçários diferentes), a solução ficará disponível para os restaurantes aderentes do serviço, e com acesso através dos dispositivos móveis de quem os procura e frequenta”, explicou o CEO da empresa.
Pelo seu lançamento recente, ainda não existem dados sobre o interesse de adesão dos restaurantes, mas as Páginas Amarelas têm grande expectativa de que seja significativa e transversal a todo o país. Relativamente a custos, os clientes não pagam nada pela utilização da aplicação. Os restaurantes que queiram aderir e digitalizar o seu serviço através do Menu Digital têm os três primeiros meses gratuitos durante esta fase de lançamento, passando depois a um pagamento de 15 euros por mês.
Para além dos pedidos e pagamentos através da aplicação, António Alegre explicou que a solução pode também ajudar na gestão de espaço dos restaurantes. “A gestão da ocupação do espaço será garantida pela reserva antecipada das mesas e pelo cumprimento das recomendações de distanciamento das pessoas que frequentarem o estabelecimento”.
A comunicação pode também ser feita através do serviço, com os empregados a receberem os pedidos feitos pelo smartphone, tablet ou mesmo portátil, dando seguimento aos mesmos. O sistema contempla anotações especiais, seja para retirar algum ingrediente que não goste ou que seja alérgico. “A solução prevê, ao longo de toda a experiência, a possibilidade de os clientes irem personalizando o seu pedido e, no momento de check-out, podem inclusivamente deixar notas à cozinha, referindo algum tipo de intolerância alimentar ou qualquer outra necessidade particular”, destaca António Alegre.
Novo paradigma de interação na restauração pós-pandemia
E mesmo do lado dos restaurantes, a ferramenta pretende ser flexível, oferecendo um backoffice onde os empregados podem atualizar as ofertas divididas por categorias, adicionar fotografias, acrescentar informações adicionais por produto, dar destaque ao prato do dia ou promoções. Além disso, pode acrescentar sugestões para completar o pedido, com atualizações e gestões do menu em tempo real.
Questionado sobre se a aplicação Menu Digital pretende ser uma resposta temporária à crise levantada pela pandemia, ou se pode estabelecer um novo paradigma na interação futura na restauração, António Alegre refere que “pensar que vamos regressar à realidade que conhecíamos antes da situação de emergência mundial é, como se costuma dizer, «enterrar a cabeça na areia»”.
Para o CEO das Páginas Amarelas, a entrada no “novo normal” implica mudar mindsets, procedimentos e formas de fazer as coisas. “A solução de Menus Digitais da Páginas Amarelas foi impulsionada por uma necessidade gerada pela crise pandémica, mas vai ficar e contribuir para que mais pequenas e médias empresas portuguesas adiram às vantagens do universo digital”.
A empresa não tem dúvidas de que se houve uma vertente que saiu reforçada da atual situação da pandemia foi a resposta do sector tecnológico, nos desafios que lhe foi colocado nas mais variadas frentes. “No caso da Páginas Amarelas, sabíamos que a migração para o canal digital ditaria a sustentabilidade de muitas empresas e daí a nossa opção estratégica de estender essa possibilidade ao tecido empresarial com soluções e serviços úteis, ágeis e seguros”, salientando que o caso dos Menus Digitais é paradigmático do ajuste que a empresa está a fazer no seu dia-a-dia com o contributo da tecnologia. E tudo para facilitar as operações que continuam a ser necessárias, mas agora em novos moldes.
Para além da nova solução, as Páginas Amarelas já tinham apresentado o apoio e digitalização das PMEs através de uma parceria com a Altice Portugal, através da ferramenta Go-Online. O objetivo é ajudar na transição para o digital as empresas que estão com dificuldade em desenvolver os seus negócios pela via física tradicional, durante este período de pandemia. O pacote de ferramentas inclui a criação de um website próprio, sistema de vendas de produtos e serviços online, mas também dar-lhes mais visibilidade nas redes sociais, com pouco investimento e menor risco que os canais normais.
O Menu Digital já está disponível nos restaurantes aderentes, mas a oficialização do serviço está previsto para a próxima semana, altura em que começarão a aderir os restaurantes interessados.
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