A IDC reviu hoje em baixa as previsões para o mercado global de PCs que tinha apresentado em Fevereiro, antecipando um primeiro trimestre de 2011 com mais vendas do que este se veio a revelar.

A consultora especializada no mercado das TI, que previra um crescimento de 7,1 por cento no número de unidades enviadas para as lojas durante o ano de 2011, aponta agora para um aumento de cerca de metade: 4,2 por cento.

Na origem da mudança de perspectiva está a constatação da falta de interesse por parte da procura nos mercados maduros (Europa Ocidental, Estados Unidos, Japão e Canadá), que se manteve fraca nos primeiros três meses do ano, resultando numa descida de 1,1 por cento no número de PCs enviados para as lojas.

"O mercado de PCs atingiu definitivamente um momento de abrandamento", afirma Loren Loverde, um dos responsáveis pela área de mercado de consumo na IDC.

O mercado de consumo tem sido um pilar para o crescimento do mercado de PCs nos últimos cinco anos. O crescimento beneficiou do forte interesse em dispositivos portáteis de baixo custo, tanto nos mercados emergentes, onde, para além daqueles que substituíram os antigos equipamentos por outros, muitos terão passado a ter um portátil e um netbook (ou um tablet), por exemplo.

"Os consumidores estão a aperceber-se das vantagens de ter e usar vários dispositivos inteligentes e, como já têm PCs, estão agora a acrescentar smartphones, tablets e eReaders às suas colecções de equipamentos" e isto alterou a forma como o dinheiro dedicado à compra de tecnologia passou a ser distribuído, explica o vice-presidente para a área de Clients and Displays, da consultora, Bob O'Donnell.

Apesar da recessão económica, apontada como outro dos factores com maior peso na "revisão" das estimativas, a IDC continua a prever um crescimento significativo, tanto no segmento de consumo como empresarial. Entre 2012 e 2015 espera-se que o mercado cresça entre 10 e 11 por cento.

Novos modelos, chips, sistemas operativos, funcionalidade e serviços, acompanhados da descida dos preços dos equipamentos deverão ajudar a manter o interesse nos PCs, apesar da concorrência dos smartphones e tablets.