O mercado português de PCs caiu 23,2 por cento em 2010, revela a análise da IDC hoje divulgada. As quebras situam-se acima das já avançadas, por exemplo, na comparação dos penúltimos trimestres dos dois anos. Nem o último trimestre, tradicionalmente mais forte, conseguiu inverter a tendência, registando quebras de 6,5 por cento face ao período homólogo, ficando-se pelas 387 mil unidades.

Entre Janeiro e Dezembro foram vendidos 1,38 milhões de computadores, menos 420 mil que no ano anterior, uma tendência que deverá manter-se em 2011, avisam os analistas.

O mercado português, tradicionalmente impulsionado pelo "consumo provado, algum investimento privado, mas sobretudo pelo investimento público" (nomeadamente com os programas de aquisição de equipamentos para os vários níveis de ensinos), deixou de poder contar com qualquer destes factores "a partir de meados de 2009", explica o director de Research e Consulting da IDC em Portugal.

"Em 2010, a conjuntura económica e orçamental acentuou esta dinâmica negativa. Para 2011 não prevemos uma inversão da situação, pelo contrário antevemos novas quebras do mercado, da mesma dimensão", acrescentou Gabriel Coimbra.

Desde 2002 que as vendas de computadores em território nacional vinham registando crescimento, com o número de unidades a situar-se nos 1,8 milhões em 2009, mais 11,8 por cento que em 2008.

Apesar das diferenças no que respeita aos números, os portáteis continuam, em 2010, a ser o segmento com melhores desempenhos, assumindo 82,5 por cento das vendas, dominadas pela Acer.

A fabricante assume assim o primeiro lugar da tabela nacional de vendas, ocupando a posição que um trimestre antes pertencia à JP Sá Couto e em 2009 era da HP. A empresa portuguesa é relegada para a terceira posição do ranking, com a HP no segundo lugar.

A liderança da Acer é conseguida graças ao bom desempenho nos portáteis, com quase 226 mil unidades vendidas, uma quota de 19,7 por cento e um crescimento no ano de 36,6 por cento. Directamente afectados por esta ascensão foram os fabricantes Toshiba (vendeu menos 27,4% no ano) e JP Sá Couto (menos 45,8%).

Nos computadores de secretária, mantém a liderança a HP, apesar dos 58,5 por cento de quebras, para as 76 mil unidades. Também aqui a Acer cresceu 71 por cento, ganhando a segunda posição com 50 mil unidades vendidas.

[caption]Tabela fornecida pela IDC[/caption]

Nota da Redacção: A notícia foi actualizada com a tabela fornecida pela IDC.