Chega ao fim um dos casos de patentes que mais marcou os últimos anos no sector das tecnologias. Na litigação que opunha a Microsoft à Motorola, onde as empresas se acusavam mutuamente, acabou por sair vencedora a tecnológica responsável pelo Windows e Xbox 360.

A Comissão dos EUA para o Comércio Internacional (ITC) decidiu que a consola da Microsoft não violava nenhuma das patentes da Motorola, excluindo o cenário de proibição de venda da Xbox 360. A decisão tomada pela ITC vai ao encontro de uma decisão tomada por um juiz do mesmo órgão em março passado, onde também foi reconhecida razão à Microsoft.

Em causa estava a violação de uma patente de peer-to-peer detida pela Motorola e que a Microsoft estaria a usar indevidamente na Xbox 360, cenário que não ficou provado.

A luta judicial entre as duas empresas começou em 2010 e desde então foram eliminadas várias patentes do processo - algumas pela ITC, outras acabaram por ser retiradas pela própria Motorola, enquanto outras foram consideradas inválidas.

A Motorola já demonstrou descontentamento e desilusão pela decisão da US International Trade Comission, enquanto a Microsoft congratula-se por não ver a consola banida dos mercados.

Com a perda deste processo e com as autoridades europeias a equacionarem uma multa à Motorola por uso abusivo do licenciamento de patentes para condicionar outras empresas como a Apple, a compra da fabricante por parte da Google ainda não deu resultados práticos. O portfólio de patentes foi apontado na altura como a principal razão para os 12,5 mil milhões de dólares desembolsados.

No plano do hardware a Motorola já fez alguns lançamentos sob a batuta da gigante dos motores de busca, mas nenhum suficientemente relevante para justificar o investimento feito pela Google. Isto numa altura em que surgem rumores de que o projeto X-Phone, onde a parceria com a Motorola ia criar um produto com valor acrescentado, parece estar afinal em risco de nunca existir.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico