Os novos accionistas da ONI vão concentrar esforços no mercado empresarial, com destaque para o mercado das grandes empresas (corporate). No segmento residencial, onde a empresa acumula cerca de 100 mil clientes, a decisão dos novos donos da operadora é de desinvestimento na captação de novos clientes.



Os clientes actuais serão mantidos, embora a empresa admita estar atenta a algumas manifestações de interesse já comunicadas por concorrentes do sector, relativamente à sua base de subscritores nesta área.



O segmento das empresas já representava 80 por cento dos clientes da operadora (cerca de 12 mil) e passará a partir de agora a concentrar todo o volume de investimento da ONI que em 2009 avalia a possibilidade de dispersão de capital em bolsa.



A par com o foco nos grandes clientes e o desinvestimento na captação de novos clientes residenciais, que se tornou efectivo no mês passado, a empresa vai apostar em parcerias funcionais, inclusive de carácter internacional. Estas parcerias visam melhorar a resposta às necessidades do cliente e reduzir a necessidade de investimento em novas tecnologias.



O sector público é outra aposta central nos próximos três anos de trabalho da equipa de gestão liderada por Xavier Martin. Actualmente a empresa soma algumas dezenas de contratos neste mercado que lhe garantem uma quota entre os 3 e os 4 por cento, mas pretende aumentar esse valor.



Para concretizar a nova estratégia a ONI sublinha a importância da efectivação de um conjunto de medidas regulatórias que passam pela separação das actividades grossistas e retalhista da PT, lançamento de novas ofertas de referência para outras tecnologias, garantias de cumprimento processual nas ofertas de referência já existentes e bilateralidade da concorrência com os móveis.



Relativamente à bilateralidade da concorrência com os móveis o que a empresa defende é que aos operadores fixos seja rapidamente oferecida a mesma possibilidade que aos operadores móveis, que já podem usando a sua rede fornecer ofertas em ambiente fixo.



A concretização da medida passa pelo enquadramento da figura do MVNO, mas também pela definição ou revisão das condições para operar tecnologias como o FWA ou o WiMax, defendeu Xavier Martin em conferência de imprensa. O responsável acredita mesmo que é fundamental para a ONI complementar a sua oferta fixa com uma oferta móvel.



Em 2006 a ONI teve receitas de 167 milhões de euros, ligeiramente acima dos 165 milhões de euros realizados em 2005. Já no próximo ano a empresa conta atingir resultados positivos. O processo de reestruturação que a empresa tem vindo a sofrer implicou o despedimento colectivo de cerca de 50 colaboradores e a rescisão amigável de contratos com outros tantos. A operadora conta agora com cerca de 300 colaboradores.



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