As imagens da destruição causada pelo terramoto e o tsunami que atingiram o Japão este fim-de-semana ainda dominam a Internet e as Redes Sociais, devido às réplicas que continuam a ser sentidas, algumas com abalos de magnitude elevada, mas também aos relatos de situações de sobrevivência. O risco de contaminação nuclear depois das explosões registadas nas centrais está igualmente no topo das preocupações dos responsáveis japoneses e internacionais, que acompanham a situação de forma atenta.

O TeK já ontem tinha dado conta do balanço dos danos entre as principais empresas de tecnologia, que já puseram em marcha planos de contingência e fazem contas aos estragos causados em fábricas e edifícios de escritórios, assim como perdas de Recursos Humanos.

A escassez de componentes e aumento de preços na área da tecnologia é apontada como um dos resultados possíveis desta tragédia, mas algumas empresas japonesas com operações em Portugal admitem que o seu negócio pode não ser afectado.

Contactado pelo TeK, Jorge Silva, Director de Marketing da Ricoh Portugal, diz que "neste momento não esperamos que haja falta de materiais, nem equacionamos aumentos de preços não programados", isto apesar de ser ainda cedo para fazer uma avaliação precisa da afectação no negócio.

Algumas das operações da empresa no Japão sofreram danos, sobretudo a fábrica de Tohoku, situada na zona do desastre, onde não se sabe ainda quando ficarão os serviços novamente operacionais. Mas as fábricas localizadas na zona Este do Japão - Gotemba, Numazu, Atsugi - e na zona Oeste não sofreram danos assinaláveis, pelo que a produção poderá ser assegurada com normalidade quando a situação estiver estável a nível de fornecimento de electricidade e de componentes de outras fábricas, factores que podem influenciar a produção.

Jorge Silva lembra ainda que "a Ricoh tem unidades de produção em vários continentes. Por isso a nossa logística está dispersa em termos regionais", o que faz com que a empresa afaste a possibilidade do desastre natural afectar os clientes em Portugal.

A Nintendo é também confiante na resposta adiantada por Nelson Calvinho, responsável pela Comunicação e Relações Públicas da empresa em Portugal, que adiantou ao TeK que "as operações da Nintendo também não foram afectadas, e isso inclui o fornecimento de produtos, pelo que não será de esperar que Portugal seja afectado em nenhuma forma".

Mais cautelosa, a Oki DATA não quer ainda fazer comentários e previsões sobre o impacto nas suas operações, embora as unidades operacionais japonesas estejam a funcionar normalmente, à excepção da fábrica de Fukushima, onde foram registados danos materiais. Ainda assim fica a informação de que só 5% dos seus produtos são fabricados no Japão.

O efeito dominó, de resultados directos de falta de componentes de outros fabricantes, é uma das questões que leva a Pioneer a evitar avançar previsões, mesmo não tendo as operações no Japão sido afectadas pelo terramoto.

A Epson, Sony, Toshiba, Panasonic e Canon para já só divulgam dados relativos à operação internacional, alguns dos quais já referimos na notícia de ontem, não fazendo ainda balanços específicos para o impacto internacional do terramoto, nem para os efeitos em Portugal.

Algumas empresas estão também a contribuir para fundos de apoio à reconstrução, tal como várias entidades que têm recorrido à Internet para campanhas de angariação de dinheiro.