Um estudo realizado no âmbito do projecto europeu INNO-UTILITIES conclui que as directrizes de procurement para o sector público, em vigor na União Europeia, são um entrave à adopção de produtos e serviços inovadores, refere o documento, acrescentando que o espaço para a inovação no processo de aquisição de bens e serviços na área das utilities é efectivamente reduzido. Para os autores do estudo, uma das principais razões para que assim seja é a reduzida interacção insuficiente entre quem compra e quem vende.



"Implicitamente, a legislação europeia encara a interacção entre cliente e fornecedor como uma aberração às relações normais do mercado, considera Leif Hommen, um especialista da Lund University, na Suécia, envolvido no trabalho.



As limitações dos organismos públicos nesta área e a rigidez das suas regras nos processos aquisitivos são tanto mais importantes se for tido em conta que o valor anual de compras efectuadas pelos organismos públicos foi de 9,61 triliões de euros em 2002, refere o estudo.



Do orçamento global de compras é difícil apurar quanto se destinou à aquisição de bens e serviços inovadores embora o especialista sueco aponte para um trilião de euros ao ano.



Para tentar culminar estas limitações e lacunas, o INNO-UTILITIES sugere uma nova metodologia de aquisições baseada em três passos fundamentais. Os autores do projecto defendem a colaboração dos potenciais compradores do produto inovador na definição dos seus requisitos básicos - numa fase inicial - a que se seguirá a interacção entre os futuros utilizadores do produto ou serviço e os fornecedores para discutir as capacidades tecnológicas da oferta e a sua capacidade de adaptação aos requisitos pretendidos.



Apenas numa terceira e última fase o fornecedor do serviço deverá apresentar uma proposta que tenha em conta todos os requisitos identificados nas fases anteriores.



O INNO-UTILITIES é um projecto de investigação europeu que tem como objectivo criar mecanismos para orientar os procedimentos públicos de procurement na área das utilities à inovação.



Contando com a participação de várias entidades europeias, onde se incluem a Portugal Telecom, o projecto arrancou em Outubro de 2003 e tem uma duração prevista de dois anos.



Neste período, os parceiros vão também trabalhar no desenvolvimento de um servidor de rede seguro para armazenar informação sobre questões de segurança e fraude nas redes de telecomunicações.



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