(Atualizada) A possibilidade das duas operadoras juntarem as operações já tinha sido longamente antecipada, sobretudo depois de Zeinal Bava ter assumido a liderança da Oi, mas sempre sem qualquer confirmação de que o “namoro” se concretizasse a breve prazo num “casamento”.

O Diário Económico adiantou esta manhã que o conselho de administração da PT esteve reunido nas últimas horas e aprovou formalmente a fusão com a Oi, mas os detalhes do negócio só foram comunicados mais tarde através de um comunicado à Comissão do mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A operação de fusão é considerada pelas empresas uma consequência natural da aliança industrial estabelecida em 2010 entre a Portugal Telecom e a Oi, e vai criar um operador de telecomunicações que será líder no mercado de países de expressão portuguesa.

O negócio tem ainda de ser aprovado pelos acionistas das empresas e pelas entidades regulatórias dos dois países. Mas a conclusão está também sujeita ao sucesso do aumento de capital previsto e da execução bem-sucedida do liability management exercise sobre a dívida da PT e da Tpart.

A PT adianta desde já em comunicado que a Avistar, (“BES”) e a Nivalis Holding (“Ongoing”), os dois maiores acionistas da Portugal Telecom, apoiam a transação e são também signatárias do Memorando de Entendimento.

As sinergias entre as duas operações têm vindo a ser intensificadas e estiveram também claras no lançamento do Datacenter da PT na Covilhã, com uma oferta estruturada também para a Oi e a captação de clientes brasileiros.

A nova operadora que sai desta fusão vai ser liderada por Zeinal Bava, como CEO, assumindo Henrique Granadeiro - actual presidente da PT - a vice presidência da CorpCo, o nome da nova empresa que vai ser cotada na bolsa brasileira.

O negócio vai obrigar a Oi a realizar um aumento de capital em dinheiro com um mínimo de 7,0 mil milhões de reais (2,3 mil milhões de euros) e com um objetivo de 8,0 mil milhões de reais (2,7 mil milhões de euros). Este aumento de capital destina-se a melhorar a flexibilidade do balanço da CorpCo.

Os acionistas da Telemar Participações S.A. (“Tpart”) e de um veículo de investimento gerido pelo Banco BTG Pactual S.A. (“BTG Pactual”), subscreverão aproximadamente 2,0 mil milhões de reais (0,7 mil milhões de euros) do aumento de capital em dinheiro.

Para a operação foram propostas a troca de uma ação ordinária da Oi por 1 ação da CorpCo, enquanto cada ação preferencial da operadora brasileira será trocada por 0,9211 ações da CorpCo. Os accionistas da PT podem trocar cada acção por um número de ações da CorpCo equivalente a 2,2911 euros (a emitir ao mesmo preço do aumento de capital da Oi), a que acrescerão 0,6330 ações da CorpCo.

A operação deverá estar concluída no primeiro semestre de 2014 e à data, assumindo um aumento de capital em dinheiro de 8,0 mil milhões de reais (2,7 mil milhões de euros) ao preço médio das cotações ponderado pelo volume dos últimos 30 dias das ações da Oi (4,36 reais ou 1,45 euros por ação), os acionistas da PT vão deter 38,1% do capital social circulante e com direito de voto da CorpCo.

Não foram referidas quaisquer alterações nas empresas a nível de recursos humanos, com possíveis despedimentos, referindo-se apenas em comunicado que se estima que "a melhoria de eficiências operacionais e financeiras poderá gerar sinergias, com um valor atual líquido, de aproximadamente 5,5 mil milhões de reais (1,8 mil milhões de euros)".

Recorde-se que no último semestre a PT registou receitas de 3,089 mil milhões de euros, sendo que, deste valor, 1,418 mil milhões de euros foram contribuição da consolidação proporcional da Oi.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação entretanto comunicada ao mercado.