A Portugal Telecom antecipou para hoje a apresentação dos resultados financeiros, ainda não auditados. Em comunicado distribuído através da CMVM a empresa mostra um crescimento de 32,5% nos resultados líquidos em relação ao período homólogo, apesar da redução de 0,7% nas receitas operacionais para os 6,3 mil milhões de euros e uma queda de 2,9% do EBITDA para os 2.423 milhões de euros.

De acordo com a informação já transmitida pela empresa ao mercado, e que deverá ser complementada com a conferência de imprensa que decorre à hora de publicação desta peça, para os resultados líquidos positivos contribuiu favoravelmente a redução dos impostos sobre o rendimento, com destaque para reconhecimento de 53 milhões de euros de crédito fiscal no primeiro trimestre, a adopção de tributação voluntária sobre mais-valias (que impactou em 142 milhões de euros) e o reconhecimento de crédito fiscal na
Vivo no valor de 134 milhões de euros.

São ainda apontados pela empresa com factores que contribuíram para este resultado os menores custos de curtailment, com a contenção do programa de redução de efectivos e impacto positivo da não renovação do protocolo com o Serviço Nacional de Saúde.

Entre os destaques do negócio das várias empresas do grupo, na rede fixa mantém-se a redução do crescimento das novas ligações, a melhoria de quota de mercado de adições líquidas de clientes de ADSL (que subiu para 50%) e a estabilização do ARPU na rede fixa, que agora se situa nos 30,2 euros.

Na TMN regista-se um aumento de 211 mil novos clientes só no quarto trimestre de 2006 e um aumento das receitas de facturação no mesmo período, dois factos que já tinham sido destacados por Zeinal Bava, presidente da operadora móvel, em conferência de imprensa na semana passada. Para a TMN é ainda realçado o facto das receitas de dados terem impulsionado as receitas de serviço, com crescimento de 21% nos dados não SMS.

Já na PTM o crescimento de casas passadas é indicado como factor de suporte ao crescimento futuro, enquanto se refere que 45% dos clientes de TV Cabo já têm serviços digitais.

Os negócios da PT Multimédia, com a subida do ARPU no cabo (5,7% para os 29,1 euros) deram aliás um contributo positivo, destacado pela empresa, para o EBITDA do grupo. Negativamente para a receita consolidada contribuíram a perda de linhas no negócio fixo e redução das tarifas de interligação que tiveram um impacto negativo de 49 milhões de euros (TMN).



Referência ainda para o ADSL onde a empresa terminou o ano com 685 mil clientes, mais 17 por cento que no ano passado. Já no que se refere ao total dos acessos de retalho registou-se uma queda de 8,1 por cento para os 4 milhões.



Em 2007 Henrique Granadeiro diz que a PT vai manter o foco na eficiência operacional para aumentar o nível de receitas no mercado doméstico, e apostar também num reforço dos esforços comerciais para ganhar quota. Esta estratégia alinha com a aposta no lançamento de novos serviços - como o triple play sobre IP, que carece de autorização regulatória - e com a manutenção da aposta nas frentes de negócio internacionais.



"O Brasil dá-nos escala e África dá-nos crescimento", resumiu Zeinal Bava, membro do Conselho de Administração da empresa comentando as intenções da Telefónica em avançar com a compra dos 50 por cento da PT na Vivo, com ou sem OPA.



Henrique Granadeiro, presidente da PT abriu a apresentação de resultados da empresa afirmando que estes eram "a prova de fogo antes da OPA". Mais tarde o responsável justificou que a apresentação antecipada de resultados teve como objectivo dar aos accionistas informação actualizada sobre a performance do grupo.


Nota de redacção: A notícia foi actualizada com informação da conferência de imprensa.



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