O mundo do emprego não está fácil e muitas vezes torna-se complicado encontrar uma colocação que se enquadre no perfil de competências e expectativas de carreira e salário dos recém-licenciados, mas a área de Tecnologias da Informação e Comunicação continua a ser uma das poucas exceções.

Reconhecida como uma área deficitária em termos de oferta de profissionais, existem áreas específicas em que os jovens graduados têm logo oportunidades ainda antes de terminarem a sua experiência académica, mas em geral os recém graduados não demoram mais de um a três meses a conseguir colocação, já considerando o tempo do processo de seleção, explica ao TeK Catarina Botto Pimentel.

A diretora de marketing e conteúdos do portal Universia, admite que a procura é intensa e que as grandes consultoras começam a ver como alternativa formar recém-graduados de outras áreas para que fiquem aptos a trabalhar nas TI (nomeadamente engenharia biomédica, civil, cursos técnico profissionais, etc.).

O perfil procurado pelos empregadores tem como critérios a idade, com preferência para jovens, mas também a formação em universidades referenciadas nestas áreas, como o ISCTE-IUL, FCT, IST, ISEGI, Técnico e Católica, refere Catarina Botto Pimentel. Os pós-graduados, mesmo sem experiência, enquadram-se neste perfil já que as grandes empresas têm cada vez mais o conceito de Academia dentro das mesmas.

Mas a qualidade da oferta da empresa, e o próprio perfil do contratante, assumem cada vez mais relevância na seleção dos empregos. Um estudo recente da Universia mostrava que, em geral, entre os principais atributos que tornam uma empresa atrativa junto dos universitários estão o desenvolvimento profissional e a promoção interna (referidos por 29% dos inquiridos) e, em segundo lugar, o bom nível de remuneração e benefícios (14%).

Catarina Botto Pimentel afirma que os jovens formados na área das TIC “normalmente preferem as empresas de que já ouviram falar, por serem reconhecidas no mercado, por terem tido contacto com elas na Universidade ou por conhecerem pessoas que trabalham nessas empresas e que estão satisfeitos”.

A preferência passa também por empresas multinacionais onde possam ascender na carreira a nível internacional, um dos requisitos partilhados por jovens de várias áreas de formação.

No inquérito realizado pelo Universia só 5% dos jovens consideravam trabalhar por conta própria, e apenas 3% considerava uma carreira numa ONG.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico