A MásMóvil, dona da Nowo, apresentou resultados do primeiro trimestre, que confirmam o esperado crescimento de um grupo que tem apostado em força na consolidação do sector e que se prepara para o maior dos negócios que já fez até agora: a fusão com a Orange em Espanha.
As contas refletem o impacto da aquisição da Euskaltel no verão passado, com as vendas a crescerem 39% para os 733 milhões de euros e o EBITDA a avançar 51% para os 277 milhões de euros. Sem o efeito Euskaltel as vendas teriam crescido 7% e o EBITDA 8%.
Os resultados líquidos, por seu lado, avançaram para terreno negativo, fixando-se nos 40 milhões de euros. Há um ano a empresa lucrava 10 milhões de euros no mesmo período. O cash flow ajustado também reflete o aumento do investimento e encargos da empresa, tendo igualmente sido negativo em 184 milhões de euros. Nos primeiros três meses do ano, a empresa garante que investiu 124 milhões de euros em infraestruturas - é o operador com maior cobertura de fibra em Espanha - e na área comercial.
Espanha, o seu principal mercado, transformou-se nos últimos anos num terreno mais competitivo, com a entrada de novos operadores como a Digi, que também comprou uma licença para fornecer serviços 5G em Portugal e que deve começar a operar no país a partir do terceiro trimestre. Esta concorrência faz-se sentir sobretudo no mercado low-cost, onde as operadoras têm intensificado estratégias agressivas.
A MásMóvil está em vias de reforçar a capacidade para fazer frente a esta concorrência, quando se concretizar a fusão que tem vindo a ser negociada com a Orange em Espanha. Na apresentação dos resultados financeiros, a empresa garantiu que não há novos detalhes sobre o tema - as negociações dos termos do acordo decorrem conforme previsto, como refere o jornal Cinco Dias. Espera-se que o acordo com a Orange (segundo maior operador em Espanha) fique fechado até final de junho e que a fusão esteja consumada até um ano depois. Vai criar um operador quase à dimensão da histórica Telefónica.
Em Portugal a MásMóvil investiu 70,1 milhões de euros no 5G, através da Nowo. Os romenos da Digi, que em Portugal vão operar com a marca Dixarobil, investiram 67 milhões de euros. A perspetiva de entrada da Digi no mercado português tem levantado rumores relativamente ao interesse da MásMóvil em continuar a investir em Portugal. Contactada pelo SAPO Tek, a empresa não quis comentar estas informações. A empresa local, a Nowo, garantiu no início de maio que continua a trabalhar para lançar serviços 5G “sendo que atualmente o nosso maior foco está na concretização dos acordos de NRA (National Roaming Agreement)".
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