Na sequência da proposta da Microsoft de doar mil milhões de dólares (1,13 mil milhões de euros ou 227 milhões de contos) em dinheiro, formação, suporte, software e hardware a 12.500 das escolas norte-americanas situadas em bairros com rendimentos reduzidos, a Red Hat, uma empresa de soluções na área do open-source, avança agora com a proposta de alteração ao acordo.



A ideia da empresa, definida em comunicado, é substituir o software da Microsoft por software livre, fornecido pela Red Hat gratuitamente a todas as escolas de todos os distritos dos Estados-Unidos. A empresa quer assim encorajar a Microsoft a redireccionar o dinheiro que iria investir em software para a compra de mais computadores e outro hardware. Desta forma seria possível aumentar o número de escolar abrangido pelo programa.



"Ao retirar o software de elevado preço da Microsoft da equação do acordo, a Microsoft poderia entregar aos distritos escolares um maior número de computadores, alargando os benefícios do acordo proposto", refere a Red Hat em comunicado oficial.



A proposta enviada pela Microsoft ao Tribunal Federal norte-americano de Maryland referia que os mil milhões de dólares (1,13 mil milhões de euros ou 227 milhões de contos) doados incluíam dinheiro, formação, suporte, software e hardware, mas estava prevista também a criação de uma Fundação de apoio a escolas para a aquisição de computadores e software, que iria ser financiada em 150 milhões de dólares (170 milhões de euros ou 34 milhões de contos) pela Microsoft.



A criação de um fundo de suporte técnico deveria absorver mais 160 milhões de dólares (181,2 milhões de euros ou 36,3 milhões de contos), enquanto 90 milhões de dólares (101,2 milhões de euros ou 20,4 milhões de contos) seriam destinados à formação de professores e administradores. A doação de software estava também na lista do acordo, sendo avaliado em mais de 500 milhões de dólares (566,1 milhões de euros ou 114 milhões de contos), um cálculo realizado pela Microsoft com base nos preços especiais praticados na venda de software a escolas.



São estes os valores que a Red Hat pretende que a Microsoft invista em hardware, alargando o número de computadores entregues de 200 mil para mais de um milhão, o que permitia que cada escola recebesse 70 em vez de 14 computadores, explica a Red Hat em comunicado.



Por sua vez a Red Hat compromete-se a garantir a entrega gratuita do sistema operativo e das aplicações de produtividade, além de funcionalidades associadas para todo o sistema de ensino dos Estados-Unidos. Fica ainda incluída na proposta o apoio online para dúvidas técnicas relativas ao software e uma renovação de licenças e upgrade de aplicações sem limite temporal, ao invés de uma duração de 5 anos proposta pela Microsoft.



Garantindo que o seu objectivo é melhorar a qualidade e acessibilidade das escolas menos privilegiadas a recursos informáticos, o director executivo da Red Hat, Matthew Szulik, afirmou "aplaudimos a Microsoft pela ideia de ajudar as escolas mais desfavorecidas como parte de uma solução para os processos judiciais de práticas monopolistas, mas não pensamos que os 'remédios' devam ser um mecanismo para a Microsoft alargar o seu monopólio".



Salientando que através das suas propostas todos os Estados e escolas podem ganhar, o director executivo da Red Hat realça que ao fornecer a hipótese de escolha às escolas sobre o software a adoptar garante-lhes que não estão a premiar uma empresa monopolista nem a alargar o seu monopólio.



A Red Hat encoraja todas as pessoas a comentarem o acordo proposto pela Microsoft, uma hipótese concedida pelo juiz J. Frederick Motz, encarregue do caso. A audiência na qual será tomada a decisão de aceitar ou não o acordo terá lugar na próxima terça feira, 27 de Novembro.



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