
O director-geral da agência das Nações Unidas para as telecomunicações, Hamadoun Touré, voltou a defender publicamente a criação de um tratado de paz internacional em matéria de cibersegurança, reafirmando a poisção que tinha manifestado em Davos, em Fevereiro.
As declarações foram agora proferidas a propósito da campanha eleitoral para a sua reeleição, que levará a cabo nas próximas semanas, e para a qual elegeu os problemas relacionados com a cibersegurança como tema prioritário.
O responsável, que ocupa o cargo de director-geral da União Internacional das Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês) desde 1999, acrescentou que terá proposto a assinatura de um tratado destinado a evitar a ameaça que constituiria uma ciberguerra, mas que encontrou "uma grande resistência" por parte das nações industrializadas.
Citado pela ZDNet durante uma conferência que teve lugar, ontem, em Londres, Hamadoun Touré reafirmou que o seu "sonho" era "ter um tratado de ciberpaz", mas "algumas pessoas acham que é pecado falar nisso. Pessoas que pensam que estão seguras e não querem que ninguém fale no assunto. Eu acho que não existe super-poder [online]".
"É preciso evitar o começo de uma ciberguerra", defendeu, acrescentando que "depois dos casos da Estónia e Geórgia, é preciso apercebermo-nos de quão frágil o mundo se está a tornar. Uma ciberguerra seria pior que um tsunami - é preciso evitá-lo".
Em 2007, a Estónia sofreu uma série de ataques de denial-of-service (ataque de negação de serviço), que deixaram inoperacionais sistemas bancários enquanto outros visaram mesmo os sistemas informáticos governamentais, havendo quem afirme que o Governo russo estaria na origem dos ataques - mas também quem defenda que se tratou de uma espécie de flashmob online, uma mobilização de anónimos que decidiram promover uma acção conjunta. No ano seguinte foi a vez da Geórgia ver as suas infra-estruturas Web atacadas, numa acção que coincidiu com uma invasão física das forças russas.
O responsável máximo do ITU acredita que estamos num "mundo novo" que exige que nos adaptemos a essa nova realidade e, embora reconheça que o tratado é um ideal, defende que "quem quer excelência, deve apontar para a perfeição".
Esta não é a primeira vez que a ideia de um tratado internacional nesta matéria é invocado nos últimos tempos. Há pouco mais de um mês atrás, foi a vez do antigo director da CIA, Michael Hayden, trazer o assunto à discussão durante uma intervenção na conferência de segurança informática Black Hat, em Las Vegas (EUA).
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