Ontem foi o dia de apresentação de resultados financeiros trimestrais da Apple, AMD, Compaq e Yahoo!. Apesar dos valores não serem de crescimento significativo, o optimismo mostrado pelos responsáveis das empresas em relação à evolução dos negócios gerou um movimento positivo no mercado financeiro que se traduziu por algum crescimento nos índices tecnológicos da bolsa norte-americana.



As acções da Apple subiram quase 5 por cento depois da divulgação dos resultados do primeiro trimestre fiscal da empresa de Steve Jobs. Os lucros líquidos foram de 38 milhões de dólares (43 milhões de euros ou 8,6 milhões de contos) ou 11 cêntimos por acção (12 cêntimos de euro ou 25 escudos), uma evolução muito positiva em relação às perdas comunicadas no trimestre homólogo do ano anterior, que se elevaram a 195 milhões de dólares (221 milhões de euros ou 44,3 milhões de contos).



Reportando a venda de 746 mil computadores Macintosh e 125 mil iPods durante o trimestre em análise - que terminou a 29 de Dezembro -, a Apple anunciou uma facturação de 1,38 mil milhões de dólares (1,56 mil milhões de euros ou 313,7 milhões de contos), num crescimento de 27 por cento em relação ao mesmo trimestre do ano passado, quando as vendas ultrapassaram ligeiramente os mil milhões de dólares (1,13 mil milhões de euros ou 227 milhões de contos).



Em comunicado a empresa de Cupertino mostra o seu optimismo para o próximo trimestre, baseado na expectativa de vendas elevadas dos novos modelos iMac lançados na semana passada. As previsões de receitas elevam-se a 1,5 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros ou 341 milhões de contos), mas Fred Anderson, director financeiro da empresa, refere que não devem ser esperados maiores dividendos por acção já que serão incorporados nesse trimestre os custos de produção dos novos iMac.



Menos positiva foi a apresentação de resultados da Advanced Micro Devices (AMD), que mostrou no seu último trimestre do ano fiscal perdas de 15,8 milhões de dólares (18 milhões de euros ou 3,6 milhões de contos) quando em período homólogo do ano anterior os lucros se haviam elevado a 178 milhões de dólares (201 milhões de euros ou 40,4 milhões de contos). Isto apesar da empresa reclamar um crescimento contínuo de 24 por cento nas vendas, facturando 952 milhões de dólares (1,08 mil milhões de euros ou 217 milhões de contos).



Fechando também o ano fiscal de 2001, o comunicado oficial da empresa adianta que as vendas totais deste ano se elevaram a 3,9 mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros ou 886,8 milhões de contos), uma quebra de 16 por cento em relação a 2000. Mas os responsáveis da empresa mostram bastante optimismo, afirmando que ainda assim num ano de fortes quebra no mercado de semicondutores a empresa conseguiu manter a sua competitividade. Incorporando efeitos de reestruturações, a AMD perdeu ao todo em 2001 60 mil dólares (68 mil euros ou 13,6 mil contos), ou 18 cêntimos por acção (20 cêntimos de euro ou 41 escudos).



Superando as estimativas do mercado, os resultados do quarto trimestre fiscal da Compaq foram de 92 milhões de dólares (104 milhões de euros ou 21 milhões de contos) de lucros, o que se reflectiu em dividentos de 5 cêntimos por acção (6 cêntimos de euro ou 11 escudos). Apesar destes resultados risonhos, a empresa teve uma redução de 82 por cento em relação aos lucros obtidos no período homólogo de 2000, quando reportou ganhos de 515 milhões de dólares (584 milhões de euros ou 117 milhões de contos).



A facturação do período foi de 8,5 mil milhões de dólares (9,6 mil milhões de euros ou 1,9 mil milhões de contos), sofrendo igualmente uma quebra de 26 por cento em relação ao mesmo período fiscal de 2000. Esta tendência igualou a do resto do ano, obtendo no total de 2001 uma facturação de 33,55 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros ou 7,6 mil milhões de contos), uma quebra de 21 por cento em relação a 2000.



Esperando que a sua divisão de computadores pessoais se torne rentável durante o ano de 2002, Michael Capellas, presidente e director executivo da Compaq, afirmou ter sentido já neste período fiscal uma retoma do mercado, embora explique de forma cautelosa que os primeiros três meses de 2002 serão moderados e a procura pouco expressiva deverá provocar um maior crescimento no segundo trimestre.


O relatório da Yahoo! foi também considerado positivo, superando as expectativas dos analistas, apesar de ser já o quinto trimestre com resultados negativos da empresa. Nos três meses que terminaram em 31 de Dezembro a Yahoo! teve perdas de 8,7 milhões de dólares (9,8 milhões de euros, perto de 2 milhões de contos), ou 2 cêntimos por acção (2 cêntimos de euro ou 4 escudos), e uma facturação que se elevou aos 189 milhões de dólares (214 milhões de euros ou 43 milhões de contos).



Ainda assim as perdas foram significativamente menores do que as do trimestre homólogo de 2000, quando a empresa apresentou resultados líquidos negativos de 97,8 milhões de dólares (111 milhões de euros ou 22,2 milhões de contos) e vendas de 311 milhões de dólares (352 milhões de euros ou 70,7 milhões de contos). Porém, de acordo com os executivos, se não tivesse havido incorporação de custos de reestruturação, a empresa teria reportado lucros de 16,7 milhões de dólares (18,9 milhões de euros ou 3,7 milhões de contos).



As expectativas para 2002 são de que a facturação da empresa se situe entre 750 e 800 milhões de dólares (850 a 907 milhões de euros ou 170 a 182 milhões de contos), potenciados pela integração da HotJobs. Mesmo que a situação económica não melhore muito, Terry Semel, director executivo, está confiante nos bons resultados derivados da aposta da empresa em novos serviços de subscrição para os mais de 219 milhões de utilizadores registados.

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