A Sonaecom encerrou 2006 com resultados líquidos positivos de 17 milhões de euros, beneficiando do impacto positivo dos acordos de permuta de acções realizados com a EDP, a Parpública e a France Telecom em diferentes momentos do último ano fiscal. Em 2005 a Sonaecom tinha fechado o ano com lucros de 2,2 milhões de euros.



No mesmo período o volume de negócios melhorou 0,8 por cento para os 836 milhões de euros, embora a empresa sublinhe o impacto negativo da redução de tarifas de terminação móvel. O EBITDA fixou-se nos 184,3 milhões de euros, beneficiando do impacto positivo da venda da Enabler.



A Optimus angariou ao longo do ano passado 249 mil novos clientes (num crescimento de 10,6 por cento) passando a gerir uma base de 2,6 milhões de clientes. Do total de clientes contabilizados 1,9 são clientes activos. O ARPU fixou-se nos 19,7 euros, menos que os 21,9 euros registados em 2005.



Para fazer face às despesas da OPA, que Paulo Azevedo lamenta na mensagem do Relatório e Contas não ter tido sucesso, a Sonaecom gastou cerca de 40 milhões de euros. A maior parte deste valor (mais de 20 milhões de euros) serviu para responder a despesas de consultoria, enquanto o restante fez face a despesas relacionadas com a garantia bancária.



Na sua mensagem, o presidente da empresa nortenha de telecomunicações congratula-se, por outro lado, com a análise das condições de concorrência no sector que a OPA forçou, lembrando mais uma que é necessária prudência já que "muitas vezes, na história da liberalização das telecomunicações no mercado português, as intenções políticas e regulatórias inicialmente apresentadas se esvaneceram".



A Sonaecom atribui o fracasso de algumas medidas regulatórias definidas pelo "envolvimento pouco claro com a PT e os seus accionistas de maior influência. Invariavelmente, como o tempo de permanência do governo no executivo é limitado, estas ligações resultam em políticas que não defendem o interesse público nem dão azo a qualquer nova regulação em nome do consumidor", acusa a empresa.



Em 2006 se não beneficiasse do impacto dos acordos relativos aos interesses minoritários, a empresa de Paulo Azevedo tinha terminado o ano com prejuízos de 13,9 milhões de euros.



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