A Sonaecom vendeu a Bizdirect à Claranet Portugal, numa transação que deverá resultar num encaixe de 12 milhões de euros para o grupo, segundo um comunicado hoje publicado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Assim, a Sonaecom informou que a sua subsidiária Sonae Investment Management – Software and Technology (Sonae IM) e restantes acionistas chegaram a acordo com a Claranet Portugal, S.A. “para alienar a totalidade do capital social e direitos de voto da Digitmarket – Sistemas de Informação, S.A. (Bizdirect), à Claranet”.
De acordo com o grupo, “a concretização da transação está condicionada à verificação das condições usuais para uma transação deste tipo (incluindo a necessária aprovação da Autoridade da Concorrência), prevendo-se que ocorra até 31 de agosto de 2021”.
Na mesma nota, a empresa estima “que a transação resulte num encaixe de aproximadamente 12 milhões de euros e num impacto positivo nos resultados consolidados da Sonaecom, de cerca de 5 milhões de euros”.
O grupo ressalva, no entanto, que “estes montantes poderão variar em função da data efetiva da transação e respetivo desempenho financeiro da Bizdirect até esse momento”.
Com esta transação, “a Sonae IM prossegue a estratégia de gestão ativa do seu portefólio de empresas de base tecnológica, com o objetivo de consolidar a sua posição de investidor de referência a nível internacional, reforçando ao mesmo tempo o trajeto de crescimento e afirmação da Bizdirect no mercado, o que representa uma clara oportunidade para a empresa e para as suas pessoas”, lê-se no comunicado.
A Sonae IM investiu em cinco anos 200 milhões de euros em mais de 40 tecnológicas e espera no próximo quinquénio investir acima daquele montante, disse à Lusa o presidente executivo, Eduardo Piedade, em 16 de maio.
A Sonae IM surgiu, em 2015, numa discussão no seio da Sonae sobre áreas de crescimento, sendo que o grupo já tinha experiência em investimentos em empresas de tecnologia. "Vimos que havia uma oportunidade interessante, uma área de crescimento forte" em empresas de tecnologia, onde se inclui "o benefício que traria aos negócios da Sonae na altura", contou o responsável.
"E foi com a experiência que havia em algumas pessoas dentro do universo Sonae" que surgiu a subsidiária Sonae IM, com o objetivo de "ser um investidor ativo em empresas de base tecnológica", acrescentou. A aposta é criar e gerir um portefólio de empresas de base tecnológica "a nível mundial e distintivo", apontou Eduardo Piedade.
"E foi assim que nós começámos, já tínhamos algumas empresas no portefólio como a WeDo, a Saphety e a Bizdirect e tínhamos feito um investimento em 2014 em cibersegurança, na S21Sec", prosseguiu, apontando que foram identificadas três áreas de investimento: tecnologias para retalho, para telecomunicações e cibersegurança.
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