Lisboa é a “cidade com o avanço mais proeminente” entre as 65 que mais se destacam em todo o mundo pelos seus ecossistemas de startups, de acordo com a edição deste ano do estudo global da Startup Blink - Startup Ecosystem Report 2023.
A capital portuguesa subiu 21 posições no ranking mundial ao longo do último ano e nove posições no ranking europeu (para 16ª). No contexto da União Europeia Lisboa sobe à 12ª posição deste ranking, ultrapassando Milão, Viena, Bruxelas e Praga.
Marketing e Vendas são as áreas onde Lisboa tem conseguido afirmar-se como destino mais atrativo para startups a nível mundial, assumindo a 41ª posição enquanto ecossistema de startups mais atrativo para o sector, nos 100 países analisados. O Porto é o segundo ecossistema de startups mais relevante do país, e está entre as 100 cidades mais interessantes do mundo para as startups da área das fintech, embora a perder posições face ao ano passado e numa posição menos favorável no ranking em termos globais. Braga é o terceiro ecossistema de startups mais dinâmico do país.
Portugal, por seu lado, subiu duas posições no ranking global dos ecossistemas de startups mais atrativos e passou para a posição 26, ultrapassando o Brasil. Na Europa e na UE replica as posições alcançadas por Lisboa e no sul da Europa é o terceiro ecossistema de startups mais dinâmico.
O relatório sublinha que o ambiente de negócios no país tem melhorado significativamente ao longo dos últimos anos para empreendedores, investimento estrangeiro e nómadas digitais. Também se destacam o custo de vida baixo no país, o bom tempo e as boas infraestruturas, como fatores que têm atraído muitos nómadas digitais para o país.
“Um dos recursos mais impressionantes dos ecossistemas portugueses é a disponibilidade de talentos de engenharia de alta qualidade e de pessoas que falam inglês”, refere igualmente o relatório.
“Para além disso, Portugal oferece muitos benefícios aos residentes não europeus que lançam startups”, entre os exemplos apontados estão diferentes opções para obter uma autorização de trabalho, ou para criar uma empresa, como o StartUP Visa, Tech Visa ou o Programa de Residência Não Habitual.
O acesso facilitado ao mercado europeu e ao espaço Schengen, são ainda apontados como fatores a favor de Portugal, apontado como um país com potencial para se tornar “uma das economias de startups mais fortes da Europa”.
OutSystems, TalkDesk e Feedzai são destacadas como bons exemplos nacionais da dinâmica deste ecossistema e também se sublinha que “o sector público está ciente da importância estratégica do empreendedorismo” e que “existe uma quantidade impressionante de recursos afetos à melhoria dos ecossistemas locais de start-ups”.
Portugal tem seis cidades no top 1.000 dos ecossistemas mundiais de empreendedorismo, menos uma que em 2022. Neste top 1000, o Porto está em 147º, porque caiu 11 posições face a 2022. Braga em 424º, porque melhorou 8 posições. Coimbra posiciona-se na 557ª posição, a cair 116 lugares. Leiria surge na 639º lugar, porque melhorou 326 posições, ultrapassando Aveiro no contexto nacional e assumindo-se como a 5ª cidade portuguesa com um ecossistema de startups mais dinâmico. Aveiro está na 739ª posição deste ranking, caiu 72 posições.
Ano pesado para as startups em 2022 não terminou em dezembro
Para definir as posições do ranking, a StartupBlink atende a três critérios principais: Quantidade, qualidade e ambiente de negócio. A melhor cidade na análise deste mix foi São Francisco, nos Estados Unidos. A primeira cidade europeia é Londres, que surge em terceiro.
As contas da StartupBlink mostram que a Europa tem 410 cidades no top 1000 dos ecossistemas de startups mais vibrantes, que avalia cidades numa centena de países em 11 indústrias.
O estudo confirma também que 2022 foi um ano pesado para o ecossistema de startups, com a maior parte das empresas que optaram por dispersar capital em bolsa recentemente a valer hoje muito menos do que quando fizeram estas operações. Algumas valem menos de 90% desse valor, destaca-se.
No ano passado o volume de financiamento a startups também caiu 30%, sobretudo na segunda metade do ano, embora os dados da Crunchbase aqui citados mostrem que o número de negócios realizados tenha caído apenas 3%, para 31.067. Foi nos valores envolvidos nestas operações que a diferença foi maior.
Nos primeiros três meses deste ano, e segundo a mesma fonte, o capital de risco investido em startups ascendeu a 76 mil milhões de dólares, menos 53% que no mesmo período do ano passado. Se não forem considerados os investimentos de peso na OpenAI e na Stripe a queda foi de 63%.
Já o número de unicórnios continua a crescer. Avançou 80% em 2021 e 67% em 2022, menos que no ano anterior, mas sem perder a tendência, embora a StartupBlink também sublinhe que muitos unicórnios podem acabar por perder em breve o seu estatuto se tiverem que se financiar e muitas vão ter de fazê-lo porque ainda não são rentáveis.
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