A Symantec, uma das principais firmas de segurança informática e produtora de anti-vírus, anunciou ontem, quarta-feira, que planeia gastar 355 milhões de dólares (352,25 milhões de dólares) na aquisição de três outras companhias privadas do sector, depois de ter tido um trimestre fiscal em que viu os seus prejuízos transformarem-se em lucros, devido a um aumento de quase 40 por cento nas vendas.



Uma das companhias que a Symantec vai comprar é a Riptech, de Alexandria, no estado norte-americano da Vírginia, gastando com esta transacção 145 milhões de dólares (143,87 milhões de euros) e obtendo em troca uma base de clientes formada por 500 companhias espalhadas por 30 países e um vasto número de centros de operações de redes nos Estados Unidos, Europa e Ásia. A Riptech disponibiliza consultoria de segurança e serviços de monitorização de redes para 55 das 500 maiores companhias do índice da revista Fortune.



A Recourse é outra das companhias adquiridas pela Symantec, num negócio de 135 milhões de dólares (133,95 milhões de euros). Essa empresa é conhecida por ser a produtora do ManHunt, um sistema de detecção de intrusões baseado na análise de pacotes, o qual a Symantec irá juntar ao seu próprio Intruder Alert. Outro software da responsabilidade da Recourse é o ManTrap, um sistema-armadilha para apanhar hackers em sistemas falsamente desprotegidos com vista a observar o seu comportamento.



Envolvendo um custo de aquisição mais reduzido - 75 milhões de dólares (74,41 milhões de euros) -, a SecurityFocus faz também parte da lista de compras da Symantec, sendo responsável por uma base de dados de ameaças à segurança informática conhecidas e pelo Bugtraq, um fórum da Web que serve para alertar da existência de novos erros de programação. A Symantec irá manter a marca SecurityFocus e irá continuar a licenciar a base de dados de vulnerabilidades a outras produtoras de software e fornecedores de serviço.



Se as aquisições forem aprovadas pelas entidades reguladores, prevê-se que as transacções estejam concluídas em meados de Agosto. Em relação aos três meses finalizados em 30 de Junho, a Symantec afirmou que registou lucros líquidos de 56,6 milhões de dólares (56 milhões de euros) ou 36 cêntimos de dólar por acção, comparando com uma perda de 21,2 milhões de dólares (21 milhões de euros) ou de 14 cêntimos por acção verificada no mesmo período do ano passado.



As receitas foram de 316 milhões de dólares (313,51 milhões de euros), uma subida de 39 por cento tendo em conta os 228 milhões de dólares (226,23 milhões de dólares) do mesmo trimestre de 2001. Excluindo amortizações e despesas excepcionais, os lucros líquidos pro forma foram de 65,6 milhões de dólares (65 milhões de euros) ou 41 cêntimos de dólar por acção, comparado com os 33,9 milhões 833,63 milhões de dólares) ou 22 cêntimos de dólar por acção de há um ano atrás.



A divisão para o mercado de consumidores da Symantec verificou um aumento de 90 por cento nas vendas em relação ao ano passado, apesar de o segmento de segurança empresarial ter subido apenas 35 por cento e de um declínio de seis por cento no segmento de administração empresarial. As vendas a consumidores representaram 39 por cento das receitas, a segurança empresarial representou 42 por cento e a administração empresarial o restante.



Mas, a empresa não espera que o crescimento exponencial que o seu segmento de consumidores obteve - em grande parte devido a um aumento de 133 por cento nas vendas de produtos anti-vírus - se mantenha. Actualmente, a Symantec está concentrada no sector de serviços administráveis de segurança, em que os sistemas de grandes empresas são monitorizados em busca de ameaças humanas ou automatizadas vindas da Internet.



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