A Uber foi lançada em 2009 e rapidamente chegou a todo o mundo. Está hoje em 295 cidades de 55 países, mas o trajeto não tem sido pacífico. A empresa centra o negócio numa aplicação para telemóvel, que permite pôr em contacto quem precisa de se deslocar de um local para outro e quem tem carro e está disposto a prestar o serviço.



A oferta é semelhante àquela que oferecem os motoristas de táxi, mas em boa parte das variantes disponíveis mais barata o que levou a empresa esbarrar nos lobbies da indústria e a enfrentar uma enorme contestação, que é ainda mais potenciada por uma legislação apertada e que em muitos países deixa pouca margem para serviços menos enquadrados com os padrões tradicionais.



Na Europa o serviço está disponível em 19 dos 28 países e quer chegar a mais sete até ao verão. Em três foi proibida e a legislação para o transporte de passageiros tem sido a lei que suporta as decisões dos tribunais, embora por aspectos que nem sempre coincidem.



A Uber vem agora defender que a Europa não está a funcionar como o mercado único que deveria ser em relação à forma como endereça a questão. "O que encontramos é um tratamento completamente diferente nos diferentes países", defende Mark McGann, diretor de políticas públicas da empresa.



A empresa considera que esta diferenciação representa uma violação da legislação europeia, que dá liberdade aos países para controlarem as suas políticas de transportes, mas desde que fique garantido um tratamento igual para todos os prestados de serviços e mantida em aberto a possibilidade de estes criarem novos serviços.



Com a justiça espanhola a Uber fixou-se num argumento que tem usado sempre e que explica o posicionamento da empresa: "claramente não somos uma empresa de transportes, mas um negócio de software tecnologicamente inovador que junta pessoas que querem usar determinado serviço de transportes fornecido por um privado ou por um profissional".


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