Um estudo encomendado pela ADT Portugal à Premivalor demonstrou que os cidadãos nacionais residentes nos grandes centros urbanos sentem que os níveis segurança do país pioraram consideravelmente no último ano. Contudo, a larga maioria admite que a existência de sistemas de vigilância contribui para a diminuição do receio sentido no quotidiano.



Mais de metade dos indivíduos (70,9 por cento), inquiridos no Barómetro 2006 sobre "Segurança, Protecção de dados e Privacidade em Portugal", afirmou que não teria qualquer problema em abdicar da sua privacidade em prol de ambientes vigiados e mais seguros. A via pública (73 por cento), os transportes públicos e os respectivos pontos de acesso (71 por cento) e os parques de estacionamento (65 por cento) foram os locais, apontados pelos portugueses, como os mais inseguros. Por outro lado, o local de trabalho (90 por cento), as bibliotecas (87 por cento) e hospitais e centros de saúde (84 por cento) foram os locais que mais vezes foram classificados como seguros.



A maioria dos inquiridos (58 por cento) admitiram que se sentem seguros na presença de sistemas de videovigilância e 82 por cento afirmaram que estes equipamentos contribuem para a prevenção de comportamentos ilícitos.



Apesar de cerca de 80 por cento da amostra não se sentir incomodada ao ser filmados por câmaras de videovigilância, existem alguns locais onde os inquiridos revelam sentir-se menos à vontade pela existência dos referidos equipamentos, nomeadamente nos condomínios e residências particulares (26 por cento), na praia (16 por cento) e nos elevadores (11 por cento).



Uma das conclusões retiradas da análise é que mais de metade dos entrevistados (56 por cento) desconhecem a existência da Comissão Nacional de Protecção de Dados e por isso têm receio que as imagens recolhidas pelos equipamentos sejam usadas para outro fim (72 por cento), que sejam manipuladas (69 por cento) ou que caiam nas mãos de pessoas ou entidades não certificadas (53 por cento).



Os dados apresentados pela ADT Portugal baseiam-se na análise dos 717 questionários válidos distribuídos em Lisboa, Porto e Faro e que tiveram como objectivo averiguar a posição dos portugueses face ao tema da segurança, privacidade e protecção de dados.



Efectuado pela primeira vez durante o mês de Dezembro, este estudo vai começar a ser realizado com uma periodicidade anual, pelo menos esse é o desejo da empresa que afirmou ter em vista o alargamento da amostra em estudo e o aprofundamento das questões colocadas aos cidadãos.

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