
À frente de Espanha, Suíça, França, Itália e Áustria, o estudo da EY coloca Portugal entre os países europeus onde os trabalhadores avaliam de forma mais positiva a sua experiência com Inteligência Artificial (IA), com 90% das respostas no inquérito realizado a nível europeu a perto de 5.000 pessoas, 200 em Portugal. Os portugueses estão também entre os que indicam maior taxa de adoção da tecnologia, a nível pessoal e profissional, e 83% dos inquiridos referem esta opção, embora digam não ter a formação suficiente.
Segundo os dados partilhados, os níveis de adoção da IA são expressivos em Portugal, que fica bem no retrato face a outros países europeus. Os utilizadores na Suíça continuam a liderar o ranking de utilização de IA (85%), mas são logo seguidos por Portugal e Espanha (ambos com 83%), refere o EY European AI Barometer 2025. A adesão é inferior na Áustria e em França (ambos com 73%).
Curiosamente, no caso português, 31% dos inquiridos dizem usar a IA tanto em contexto profissional como pessoal, enquanto 40% só o fazem na vida pessoal e 12% apenas em contexto de trabalho.
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Empresas portuguesas com impactos abaixo da média europeia
É nas empresas que o impacto da aplicação da tecnologia está a falhar, e o estudo da EY indica que apenas 42% sentem benefícios financeiros com a adoção da IA, abaixo da média europeia. "Na média dos países analisados, o uso desta tecnologia trouxe ganhos adicionais ou poupanças avaliados em 6,24 milhões de euros", indica a informação do barómetro da EY.
Sérgio Ferreira, Partner e líder de IA da EY, admite em entrevista ao TEK que "2024 foi ainda muito de experimentação com as organizações a darem os primeiros passos na IA Generativa", a fazerem "um bom trabalho mas ainda com dúvidas", e que "apesar das expectativas elevadas os benefícios ainda não são tangíveis".
No estudo da EY, Espanha destaca-se como o país onde mais organizações estão a identificar maiores benefícios financeiros, sobretudo a nível de poupança de custos ou aumento das receitas, com 70% dos inquiridos a reportarem estas opções. A Bélgica (60%) e Alemanha (59%), seguem-se na lista mas Portugal (42%) e a Áustria (47%) estão mais atrasados.
O relatório refere que, no caso português, a maior parte das empresas (43%) afirmam que ainda é demasiado cedo para avaliar os impactos, enquanto 21% reportam uma poupança de custos, 8% um aumento das receitas e 13% ambos. Já 15% dizem que não detetaram impactos financeiros.

Entre os inquiridos em Portugal que reportaram benefícios financeiros, a EY indica que a maioria (62%) quantifica esses efeitos em até 1 milhão de euros e 27% entre 1 e 5 milhões de euros. Já 11% indicam benefícios que oscilam entre 15 e 50 milhões de euros. O investimento foi também considerado, com a maior parte das empresas portuguesas a prever gastar menos de 500 mil euros em tecnologias de IA nos próximos cinco anos e 22% entre 500 mil e 1 milhão de euros. As restantes não sabem identificar um valor.
Competências e quadros éticos em falta nas organizações
Um dos fatores que pode estar a atrasar as empresas na IA é a falta de competências e formação dos colaboradores, mas Sérgio Ferreira refere também a necessidade de liderança e de uma visão estratégica que é essencial. "Tem de existir uma comunicação muito clara e envolver as pessoas [...] o sucesso das empresas vai depender da sua capacidade de responder às preocupações dos colaboradores e de integrarem a tecnologia nas estratégias da organização", defende.
No estudo, só 24% dos utilizadores portugueses dizem que as suas organizações lhes oferecem a formação indicada na área de IA, um número que está em linha com a média europeia, mas 31% afirmam que deveriam ter mais formação e 35% respondem que a que têm não é suficiente.
Questionados sobre se a sua organização tem um quadro ético claro para a utilização de IA, as respostas dividem-se entre os que afirmam que sim (48%), com quase um terço a responderem negativamente e 20% a indicarem que não sabem.
De notar ainda que a maioria dos utilizadores que participaram no estudo acreditam que a IA terá algum impacto no seu emprego 861%, um indicador que subiu 11 pontos percentuais em relação aos dados do ano passado.
"Portugal está no grupo dos países mais apreensivos nesta matéria: três em cada quatro inquiridos acreditam que algumas dimensões dos seus empregos serão substituídas pela IA", refere a EY, mesmo que admitam que isso ainda vai demorar algum tempo. Os números são também elevados nos vizinhos espanhóis e na Suíça (ambos com 70% a acreditar em impactos nalguma dimensão do emprego) e menores na Áustria (58%) e em França (60%).

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