Na sua intervenção em Lisboa, Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, disse que os Estados Unidos passaram “os últimos dois anos” a trabalhar para garantir que seus aliados conheçam os riscos de trabalhar com empresas como a Huawei.
“A missão dos Estados Unidos tem sido compartilhar o que sabemos, o que entendemos, e como os EUA pensam sobre a decisão que teremos que tomar à luz de onde as informações dos EUA viajam”, disse Pompeo quando questionado sobre o envolvimento da gigante chinesa de tecnologia em Portugal, refere a agência Reuters.
Apesar de Mike Pompeo não referir diretamente o nome da empresa, e de falar apenas em “redes não confiáveis”, o longo conflito que a administração norte americana tem com a Huawei, e também a ZTE, não deixa margens para dúvidas sobre a qual empresa se está a referir. Recorde-se que em maio a administração de Trump decidiu incluir a Huawei na lista negra, de empresas com as quais os Estados Unidos não podem fazer negócios, tendo vindo a adiar a entrada em vigor do bloqueio, que agora foi remetido para fevereiro de 2020.
Durante uma entrevista conjunta com o ministro das Relações Exteriores de Portugal, Augusto Santos Silva, Mike Pompeo acrescentou também que os EUA respeitam o direito de todos os países de tomar suas próprias decisões.
Várias empresas chinesas mantêm investimentos significativos em setores-chave em Portugal, e a Huawei é fornecedora de infraestrutura às três operadoras de telecomunicações em Portugal, tendo avançado em conjunto com as empresas com testes para o 5G.
Augusto Santos Silva garantiu porém que a tecnologia das empresas chinesas não vai ser excluída no leilão de 5G , lembrando ainda que serão seguidas as regulamentações em todos os processos, escreve a Associated Press.
O ministro afirmou que em qualquer investimento estrangeiro realizado em Portugal, o Governo assegura que "a economia está subordinada ao poder político, à ordem política democrática e aos interesses de segurança nacional" e que o mesmo será assegurado na transição para o 5G que é de importância crucial na digitalização da economia.
"Temos, neste momento, três grandes operadoras de telecomunicações em Portugal. Todas têm cumprido com a legislação portuguesa e europeia em matéria de segurança nacional, e assim esperamos que continue a ser”, afirmou ainda Augusto Santos Silva durante a sua intervenção.
Nota da redação: a notícia foi atualizada com mais informação
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