Foi uma das notícias da semana que passou, mesmo sem confirmação oficial. A Google, através da casa-mãe Alphabet, estaria a preparar-se para a maior aquisição da sua história, com a compra da empresa da startup de cibersegurança israelita Wiz. A tecnológica fundada apenas há quatro anos divulgou uma nota interna esta segunda-feira, a que vários jornais tiveram acesso, onde se diz lisonjeada com as ofertas que recebeu, mas também confirma que preferiu seguir o seu próprio caminho.
Para seguir pelo seu próprio pé, a companhia que no final de maio levantou investimentos de 1000 milhões de dólares, vai preparar a entrada em bolsa. O plano já existia antes das negociações com a gigante norte-americana. A Wiz recupera-o, bem como a meta de fechar o ano com 1.000 milhões de dólares em receitas recorrentes.
As negociações com a Google, que a Reuters avançou em primeira-mão citando fontes próximas e garantindo que estavam numa fase avançada, teriam conduzido a uma aquisição por 23 mil milhões de dólares. O valor mais do que duplicaria a valorização da Wiz conhecida em maio (12 mil milhões de dólares), após a sua última ronda de investimentos. Nenhuma das duas empresas chegou a confirmar as conversas e na nota agora divulgada a Wiz também não refere o nome da companhia com quem manteve negociações.
“Embora nos sintamos lisonjeados com as ofertas que recebemos, optámos por continuar no nosso caminho para construir a Wiz”, refere a nota interna citada pela CNCB e assinada pelo CEO Assaf Rappaport.
“Dizer não a ofertas tão honrosas é difícil, mas com a nossa equipa excecional, sinto-me confiante para fazer essa escolha”, acrescentou.
A Wiz desenvolveu soluções de segurança para a cloud potenciadas com inteligência artificial, que ajudam a identificar ou eliminar riscos críticos nessas plataformas. A cloud é como se sabe uma das grandes áreas estratégicas da Google e um dos negócios que mais tem contribuído para a diversificação das receitas do grupo, para áreas alternativas à publicidade gerada em torno do motor de busca e outros serviços online.
A plataforma Google Cloud é uma das três grandes alternativas que as empresas hoje consideram quando migram as suas infraestruturas tecnológicas para a cloud, a par do Azure da Microsoft, ou da AWS da Amazon. Qualquer uma das empresas tem procurado dar robustez à sua oferta com as melhores parcerias e recursos, muitas vezes adquiridos de outras empresas, para continuar a consolidar posição no mercado e reforçar argumentos de melhor escolha para as organizações que decidem assentar o seu negócio em plataformas cloud.
No ano passado, a Cloud da Google valeu já 33 mil milhões de dólares em receitas e todas as previsões do mercado são unânimes em considerar que os investimentos na cloud vão continuar a crescer nos próximos anos.
A última grande aquisição da Google na área da cibersegurança aconteceu em 2022 e visou a compra da Mandiant por 5,4 mil milhões de dólares. Já para chegar ao maior negócio de sempre da tecnológica até à data é preciso recuar até 2012 e à compra da Motorola Mobility por 12,5 mil milhões de dólares. A decisão não foi a melhor, como o tempo mostrou rapidamente, e os ativos acabaram por ser vendidos mais tarde com perdas.
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