António Coimbra afirmou hoje no decorrer do primeiro painel da manhã do 13º Congresso da APDC que a Vodafone ainda não lançou nenhum smartphone com Windows Mobile devido aos problemas de segurança que persistem na plataforma. Admitindo que estes problemas não são exclusivos desta plataforma, António Coimbra sublinhou que considera que algumas questões, como o spaming, são inevitáveis porque os telemóveis se estão a tornar PCs e é impossível salvaguardá-los completamente destas questões.



Para lá do spaming, António Coimbra destacou com especial preocupação a protecção dos direitos de autor dos conteúdos disponibilizados nos telemóveis. "Esta questão é grave para a indústria [...] sobretudo para a área da música onde estamos a ter dificuldade de finalizar acordos", complementou. O vice-presidente de marketing da Vodafone explicou que dificilmente os fornecedores de conteúdos vão colocá-los nesta plataforma se não tiverem a garantia de que os utilizadores não poderão copiá-los livremente.



Contactada pelo TeK, a Microsoft Portugal não comentou a questão até à hora de fecho desta peça.



Questionado pelo moderador do painel quanto à entrada da Microsoft na indústria de comunicações móveis, António Coimbra lembrou que a Vodafone tem uma parceria com a empresa de software, que considera positiva para a empresa, a indústria e os clientes. Mas, lembrou que ninguém vê com bons olhos que a Microsoft seja monopolista nos móveis, embora ache que quem deverá estar mais preocupado é a Nokia.



Defendeu ainda que cabe aos operadores móveis procurar o equilíbrio livre entre plataformas, promovendo várias alternativas, como a Symbian ou outras, e evitando a dependência em relação ao interface da Microsoft. "Os próprios operadores têm controlo sobre o interface de utilizador e podem controlar a manutenção de uma concorrência sã", salientou.



Também preocupado com a possibilidade de se desenvolverem "práticas menos positivas", António Casanova da Optimus não deixou de sublinhar que a entrada da Microsoft na indústria é globalmente positiva, principalmente devido à comunidade de desenvolvimento que a empresa traz para a área e que pode criar aplicações independentes da plataforma PC ou móvel.



António Gomes de Azevedo, da TMN, defendeu que os utilizadores estão pouco preocupados com o que está "dentro do aparelhinho", pelo que a preponderância da Microsoft não se afigura como um problema. Pelo contrário, toda a sua preocupação vai para a manutenção da cadeia de valor que já foi estabelecida entre os operadores e os fornecedores de conteúdos e serviços - e que poderá ser distorcida ou quebrada com a entrada da Microsoft - e para a eventual possibilidade de exclusão de serviços a utilizadores que não detenham um equipamento com plataforma da empresa de software.

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