"Portugal tem potencial para ser o smart small west cost europe inovator" defendeu hoje John Kao durante a sua intervenção no Congresso da APDC que decorre em Lisboa. Numa apresentação em que o piano foi um dos interlocutores requisitados para falar sobre o processo de inovação, o guru destacou que é preciso fazer escolhas e identificar onde e como o país quer jogar a nível global.

O processo de inovação e a forma como esta pode ser gerada de forma massiva centraram o discurso do guru que tem estado envolvido em think thanks a nível internacional e lidera o Large Scale Innovation, um laboratório de inovação. Mostrando que a geografia da inovação está a mudar, e que deixou de estar centrada nos grandes países mais desenvolvidos, como acontecia nos anos 80 com os Estados Unidos, John Kao aponta o exemplo de Singapura, que definiu uma estratégia em três pontos para a inovação.

"Esta é uma boa lição para Portugal. Já não há uma ligação linear entre tamanho e liderança na inovação", sublinha.

Embora não aponte "remédios" nem "receitas", até porque tipicamente não há só um caminho, John Kao defende que se deve fazer a escolha certa e seguir uma visão, sabendo ao mesmo tempo comunicá-la e mobilizar as pessoas e empresas. "Qual é a pergunta certa para Portugal? Os ingredientes estão aqui mas temos de saber qual é a história por detrás da inovação".

Também convidado para este painel, Carlos Zorrinho, secretário de Estado da Energia e Inovação, lembrou o trabalho que tem sido feito nos últimos quatro anos com o Plano Tecnológico e que se vai manter sob a sua coordenação, com uma aposta na modernização, crescimento e internacionalização, agora mais madura.

Falando nas escolhas referidas por Kao, Carlos Zorrinho recorda que estas estão feitas e que se centram na área da energia, onde Portugal tem dado exemplos a nível internacional. A visão de "cruzar a energia e a inovação com suportes de comunicações electrónicas cria um enorme potencial que o Governo português não deixará de explorar", garante Zorrinho.