O concurso para atribuição de licenças do 4G ainda só está prometido para 2011, mas os operadores móveis já adiantam questões que têm de ser contempladas pela regulação para garantir a viabilidade dos investimentos e a sua sustentabilidade. Com visões diferentes, Zeinal Bava, da PT, António Coimbra da Vodafone e Miguel Almeida da Optimus, aproveitaram o último painel do 20º Congresso da APDC para partilhar as dúvidas e problemas que acreditam devem ser considerados para que o cenário se mantenha competitivo e as redes possam avançar.



Zeinal Bava, CEO da PT, começou por avisar que “no último ano a concorrência no móvel tem sido extraordinária, no mau sentido”, afirmando que é preciso olhar para o cliente mas também para as empresas e que as estratégias de curto prazo porque se o resultado for mau para a indústria as empresas deixam de investir.



“É importante que haja bom senso da regulação e tomar em consideração que a indústria precisa de retorno para investir em novos serviços”, defendeu. Sem descartar o entusiasmo nas redes de quarta geração móvel, Zeinal Bava duvida que os operadores consigam fazer investimentos tão rapidamente se não houver boas condições.



“Mais importante do que o que se pode arrecadar com o espectro [para o Orçamento de Estado] é o que a 4ª geração pode fazer pelo país”, alerta.



Embora concordando com algumas ideias, Miguel Almeida da Optimus, acredita que existem condições para o país ir neste comboio da 4ª geração. “É crítico para o país que consiga dar às empresas e cidadãos as vantagens de competitividade do 4G”, sublinhou.



A distribuição do espectro e a forma como será feita é um tema importante para garantir essa viabilidade, assim como a garantia do retorno do capital, mas Miguel Almeida avisa que é preciso aprender com os erros do passado no LTE e aproveitar a situação do país para criar as condições para que esta seja uma história de sucesso e permitir que daqui a 3 anos estejamos a congratularmo-nos pelas opções e não a lamentarmos as escolhas feitas.



O 4G pode ser uma oportunidade para haver uma nova perspectiva: “não é produtivo duplicar, ou triplicar o investimento nas redes”, lembra, uma perspectiva que já tinha sido antes defendida pela empresa.



Também António Coimbra, CEO da Vodafone, sublinha que a empresa concorda com racionalidade de investimentos no LTE. “A fase económica do país aconselha que haja mais racionalidade nas redes de nova geração. Podemos tirar melhor partido da infra-estrutura e optimizar, garantir maior rentabilidade nas redes, porque o que interessa são os serviços, a rede é um meio…”.


Mesmo assim António Coimbra explica que isso não quer dizer que não haja viabilidade para mais do que uma rede, só que há outras alternativas a considerar, como a criação de uma rede única, opção tomada em Itália onde todos os operadores se uniram.

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