Em janeiro deste ano, o Reino Unido fechou um acordo com a Huawei para a construção da sua rede 5G em solo britânico. Apesar da pressão inicial do governo americano, surgem agora mais garantias de que o país governado por Boris Johnson mantém a sua posição, não senso esperadas quaisquer alterações face ao inicialmente decidido.

De acordo com a Reuters, a garantia foi dada pelo chefe do serviço diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros do executivo de Boris Johnson. O também subsecretário permanente, Simon McDonald, referiu que “a China é um parceiro muito importante do Reino Unido" e considera que "é possível prosseguir com a decisão da Huawei e ter o relacionamento estrategicamente independente de que tenho falado".

Aos legisladores, e quando questionado sobre se aconselharia o Ministro a alterar a posição sobre a Huawei,  Simon McDonald relembrou que o "Governo decidiu continuar com um investimento, mas com condições muito rigorosas". "Até onde eu sei é uma decisão firme e não está a ser repensada”, afirmou.

Reino Unido ignora pressões do governo americano e abre portas ao acordo com a Huawei
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Na altura, o governo deu luz verde à Huawei, mas impôs limitações para criar mecanismos para que as empresas de telecomunicações não fiquem dependentes de uma determinada empresa tecnológica. Da mesma forma que pode impedir a própria marca de aceder a áreas cruciais da rede. As chamadas empresas de alto-risco, como é o caso da Huawei, além de serem excluídas dos núcleos sensíveis da rede, terão um máximo de 35% na participação nas partes de baixo risco.

Mas porque razão o Reino Unido tomou esta decisão? O país acredita que uma proibição total da Huawei significaria que o território enfrentaria dificuldades a nível de desenvolvimento da rede 5G, indicando que possui os meios tecnológicos necessários para proteger o país de possíveis situações de espionagem. A decisão poderá manter o status quo do 5G no Reino Unido, uma vez que nenhuma operadora de telecomunicações britânica manifesta intenções de utilizar tecnologia fabricada pela Huawei no centro das suas redes móveis de quinta geração.

Depois desta decisão do governo britânico, a Huawei anunciou em fevereiro que escolheu a França como o local para a construção da sua primeira fábrica de equipamentos para redes 4G e 5G na Europa. O investimento é de 200 milhões de euros na primeira fase de construção das instalações, que permitirão a criação de 500 postos de trabalho.