A Anacom autorizou a PT Comunicações a utilizar as suas frequências FWA para fazer "ensaios técnicos" à tecnologia sem fios WiMax. A autorização do regulador resulta de um pedido da operadora e não condiciona a futura utilização ou autorização da tecnologia, esclarece um comunicado.



De acordo com o documento "daqui não resulta qualquer obrigação ou condicionante à autorização futura deste tipo de sistemas em Portugal", explica a Anacom, acrescentando que a autorização não interfere com o processo de consulta ao FWA, em curso, nem com os "direitos de utilização que vierem a resultar" desse processo.



O regulador assume, no entanto, que está a acompanhar de forma atenta as discussões em torno da tecnologia, com destaque para os debates em torno das questões técnicas e do enquadramento regulamentar da tecnologia. Sobre uma possível introdução da tecnologia em Portugal, o comunicado esclarece que a decisão "terá em conta as soluções harmonizadas que possam emergir desse debate, em particular na Europa".



O WiMax é um standard de banda larga sem fios, visto como uma sucessor do Wi-Fi pois oferece maiores larguras de banda e garante maior cobertura. Esta tecnologia, aprovada em 2002, oferece até 124 Mbps de largura de banda e um raio de cobertura de entre os 50 e os 70 quilómetros - contra os 54 Mbps do Wi-Fi para 120 metros de cobertura - tem sido encarada como uma opção para assegurar a última milha até casa do cliente, ou alternativa às tecnologias de rede fixa, para a cobertura de zonas remotas, onde o investimento numa infra-estrutura física não se justifica. Face ao Wi-Fi, o WiMax apresenta como principais vantagens uma maior cobertura e uma menor complexidade do ponto de vista da ligação à infra-estrutura física.



Ao nível da indústria a tecnologia é já alvo de testes por várias empresas, com destaque para a Intel que tem realizado investimentos significativos para acelerar a sua introdução no mercado. A empresa de semicondutores, que foi também uma das mais interessadas no desenvolvimento do Wi-Fi, desenvolveu o primeiro processador WiMax do mercado, que já disponibilizou aos fabricantes, e investe em parcerias para o desenvolvimento de produtos compatíveis.



Não obstante estes esforços e a conclusão do processo de normalização do standard, nas sua componente fixa, existe alguma expectativa em saber se algum dia o WiMax ocupará o lugar que muitas consultoras lhe advinham, como concorrente directo do 3G e do DSL e em alguns casos substituto, já que várias outras tecnologias estão em teste e poderão ocupar esse lugar. Entre estas destaca-se o Flash OMD, uma outra tecnologia wireless já licenciada pela Siemens e em teste pela T-Online, que no entanto oferece menor largura de banda.



Os últimos estudos disponíveis são no entanto optimistas e prevêem a chegada ao mercado do WiMax - com a tecnologia estabilizada e produtos disponíveis - já no próximo ano, uma introdução que irá ocorrer primeiro na Europa e na Ásia, revela um estudo da Parks Associates. O mesmo estudo prevê que só em 2009 este mercado se torne interessante, acumulando 7 milhões de utilizadores.



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