No final de março um responsável do Fundo Monetário Internacional disse em entrevista à Lusa que, na área das comunicações, o objetivo da missão era alinhar o preço dos serviços com as melhores práticas europeias.



A Apritel não gostou das declarações de Abebe Selassie, chefe da equipa do FMI na operação de resgate a Portugal, e logo na altura considerou que não eram fundamentadas e que traduziam "um profundo desconhecimento deste sector".



Na sequência do episódio, a associação pediu uma audiência ao FMI que terá lugar na próxima semana, adiantou ao TeK Ana Paula Marques, presidente da Apritel. No encontro a associação conta apresentar dados de um estudo comparativo sobre a evolução nos preços das comunicações em Portugal, por comparação com o resto da União Europeia, acrescentou a mesma responsável.



Ao longo dos últimos dois anos a Apritel tem mantido contactos frequentes com a troika, sempre a pedido da missão. Esta é a primeira vez que a reunião se realiza a pedido da estrutura que representa as empresas de telecomunicações.



Estes encontros têm servido para troca de ideias em áreas como a justiça ou a otimização de recursos, quase sempre ligadas à reforma do sistema judicial, detalha Ana Paula Marques.



Nestes encontros os preços das comunicações em Portugal nunca foram debatidos, nem a associação percebeu que existia da parte do FMI a perceção de que Portugal não era competitivo nesta área, uma opinião que agora quer refutar com números.



A Apritel ainda ontem divulgou um estudo que pretende demonstrar o peso das telecomunicações na economia portuguesa. O documento, preparado pela Deloitte, também reúne um conjunto de indicadores que mostram a descida no preço dos serviços ao longo dos últimos anos, nomeadamente no triple play.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira