O novo relatório da Comissão Europeia relativo ao desenvolvimento da banda larga na Europa mostra que as diferenças entre os países da UE têm tendência a diminuir, mas devagarinho. O DSL continua a ser a tecnologia dominante e os novos operadores estão a ganhar mercado, aproximando-se dos 50%.

Em Julho deste ano existiam 107 milhões de linhas de banda larga fixas na UE, tendo sido instaladas mais 17 milhões de ligações do que no ano anterior, o que aponta para uma taxa de crescimento de 19,23%. Malta foi o país onde o crescimento foi mais rápido, enquanto Portugal e a Finlândia estiveram na lista dos mais lentos.

Ao nível da taxa de penetração existe ainda uma diferença de mais de 27 porntos percentuais entre o país com mais utilização da banda larga (Holanda, com 37,4%) e o mais atrasado (Bulgária com 9,5%). Portugal está no grupo dos 10 últimos com 15,8%.

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A Dinamarca e a Holanda continuam a liderar a tabela europeia, com uma taxa de penetração superior a 35%. Nove países da UE (Dinamarca, Países Baixos, Suécia, Finlândia, Reino Unido, Luxemburgo, Bélgica, França e Alemanha) ultrapassam os Estados Unidos, que registam uma taxa de penetração de 25%, segundo as estatísticas da OCDE de Junho de 2008.

Pela primeira vez este estudo inclui informação relativa à velocidade de acesso, apurando-se que dois terços das ligações se ficam pelos 2 Mbps, mas que na UE 62% dos utilizadores tem acesso a velocidades entre os 2 e 10 Mbps e apenas 12,8% a velocidades acima dos 10 Mbps. Apenas 1,4% dos assinantes europeus da Internet dispõem de ligações extremamente rápidas (até 100 Mbps ou mais), como as de fibra óptica.

Em Portugal é também a velocidade de 2 Mbps que domina.

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A tecnologia DSL (Digital Subscribers Line) continua a ser a principal tecnologia de banda larga utilizada na UE, com quase 86 milhões de linhas instaladas, mas o crescimento de novas linhas está a diminuir de forma acentuada, recuando 10,9% face ao ano passado. Quem está a ganhar em termos de ligações fixas é o cabo, a fibra óptica até casa (FTTH) e as redes sem fios para o lacete local.

Banda Larga móvel mais tímida
Embora o relatório da CE afirme que a banda larga móvel está a descolar em alguns países, apontando a Dinamarca, Grécia, Alemanha, Itália, Eslovénia e Espanha como exemplos de Estados-membros com taxas de penetração acima dos 10%, a média Europeia fica ainda pelos 6,9%.

Em 1 de Julho de 2008, havia 34 milhões de assinantes de banda larga móvel na UE, um número que não inclui a França, Países Baixos e Reino Unido, que não forneceram informações.

Os números agora revelados pela Comissão Europeia, relativos ao final do primeiro semestre de 2008, colocam Portugal em pior posição do que os dados do terceiro trimestre da Anacom, o regulador nacional.

De acordo com a Anacom, no final do trimestre a taxa de penetração do acesso à Internet em banda larga situava-se nos 15,1 por cento para os acessos fixos e em 19,8 por cento nos móveis, correspondentes a 2,13 milhões de assinantes de Internet em banda larga móvel e cerca 1,64 milhões de clientes com acessos fixos à Internet, dos quais cerca de 1,6 milhões em banda larga.