A Autoridade Nacional das Comunicações tem estado em conversaçõespara que os operadores de telecomunicações disponibilizem serviços integrados mais acessíveis nos preços. Durante a conferência de apresentação dos resultados da NOS o presidente executivo da empresa, Miguel Almeida, considerou que o mercado já goza dos preços mais baixos.

"Em relação às ofertas low cost eu defendo-as e é o que o mercado já tem hoje em dia. Portugal já tem dos serviços mais baratos da Europa. Estamos a falar de low cost em executiva", considerou, fazendo uma alusão aos termos usados nas viagens das companhias aéreas. "Penso que essa é uma falsa questão demagógica", atirou o CEO.

E explicou com 'matemática simples': "tivemos um crescimento de 11% de clientes, e crescemos 4% em receita. Mais uma vez os preços ao consumidor baixaram de forma muito material".

A questão dos serviços low cost foi de imediato seguida da questão de um menor período de fidelizações nos contratos. Miguel Almeida voltou a ter uma postura de ataque. "Mais uma vez há um equívoco que importa esclarecer: cada ligação do cliente tem um investimento significativo, na rede e nos terminais. No caso da NOS o investimento não é suportado pelos clientes. Hoje temos taxas de penetração tão elevadas pois os clientes não são onerados. Como estamos a falar de um investimento de várias centenas de euros, o contrato é a garantia mínima de investimento, pois o investimento não é recuperado no contrato vigente".

Miguel Almeida foi um pouco mais longe na defesa da sua posição: "eliminar essas garantias mínimas é passar o ónus dos operadores para os clientes", alertou.

O CEO considerou ainda relativamente à questão dos contratos que caso haja alguma alteração por decisão do regulador, será "um recuo na dinâmica do mercado português". "Do ponto de vista social parece-nos uma medida errada", apontou.

A perspetiva do executivo está alinhada com o que já tinha sido defendido pela Associação Portuguesa dos Operadores de Telecomunicações (APRITEL): períodos de fidelização inferiores a 24 meses vão resultar em “mensalidades mais elevadas”.

Rui da Rocha Ferreira