Mais de 94 por cento dos inquiridos num estudo recente conduzido pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) consideram que a criação de uma sociedade de informação onde os cidadãos do mundo inteiro possam aceder e usar os recursos informativos para sustentar o desenvolvimento económico e social passa pela partilha do ciberespaço.



Os resultados - publicados no início desta semana de modo a coincidir com o Dia Mundial das Telecomunicações -, vêm reforçar, segundo a UIT, os objectivos estabelecidos por si numa Declaração de Princípios e Plano de Acção, saídos da Cimeira Mundial da Sociedade da Informação, para a melhoria do acesso às tecnologias da informação e comunicação nas economias subdesenvolvidas até 2015.



De acordo com a UIT, cada um dos dez objectivos do Plano de Acção da Cimeira mereceu a apreciação de muito importante por parte dos 1.250 inquiridos para alcançar uma Sociedade de Informação benéfica para toda a humanidade.



Entre os objectivos estabelecidos para 2015 incluem-se a ligação de instituições de ensino e escolas, assim como de centros científicos e de investigação através das TIC, e assegurar que mais de metade dos habitantes mundiais têm acesso às mesmas tecnologias na área onde residem. A maioria destes objectivos foi considerada importante por mais de 60 por cento dos inquiridos. Assegurar o acesso universal aos serviços televisivos e radiofónicos foi o único dos 10 objectivos propostos classificado como importante por menos de 50 por cento dos inquiridos (47,8 por cento).



A ligação das bibliotecas públicas, dos centros culturais, dos museus, postos de correio e arquivos à Internet parece ser mais importante para a região mais pobre do mundo, a África (76%), e para o continente de maior população, a Ásia (73%).



O estudo foi conduzido online entre 10 de Abril e 10 de Maio. Entre os 1.250 inquiridos esteve representada a África (8,71%), a Ásia (9,8%), a Oceânia (3,02%), a América do Sul e do Norte (22,07%), a Europa (52,6%) e os Estados Árabes (3,10%). "As taxas de resposta nestas regiões reflectem os indicadores de acesso de telecomunicações , tal como determinado pela Cimeira no Relatório Mundial para o Desenvolvimento das Telecomunicações de 2003 e são consistentes com a "divisão digital" que separa as nações desenvolvidas das menos desenvolvidas, salienta a UTI.



"As TIC por si só poderão não matar a fome, erradicar a pobreza ou reduzir a mortalidade infantil, mas são um catalizador cada vez mais importante que impulsiona o crescimento económico e a igualdade social", refere Yoshio Utsumi, secretário-geral da UIT em comunicado.



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