A medida tem sido muito discutida e só em fevereiro se atingiu um consenso, mas a oposição dos operadores é clara, defendendo que o fim das tarifas de roaming, permitindo que os utilizadores usem os mesmos tarifários quando viajam dentro da Europa, pode levar a um aumento dos custos totais nas comunicações.

Um estudo da Altran, agora divulgado pelo Diário de Notícias, reforça esse cenário, adiantando que o fim do roaming, previsto para 15 de junho, deverá levar a um aumento dos preços das telecomunicações no mercado doméstico e que serão os países do Sul e os cidadãos com menores recursos a custear as chamadas, os sms ou a navegação na internet sem custos adicionais feita por utilizadores dos países do Norte da Europa, ou com mais rendimentos.

Portugal fica no grupo dos que mais vão sofrer com o fim do roaming, como prevê o estudo. "Um aumento dos preços domésticos poderá ser uma consequência da adaptação da Roam like at Home (utilizador usa o pacote de telecomunicações que definiu no seu mercado de origem sem pagar roaming) dada a necessidade de investimento na capacidade de rede, especialmente em países que importam roaming [recebem muitos turistas] com grande sazonalidade", alerta a Altran, citada pelo mesmo jornal.

A conclusão é clara: os cidadãos dos países do Sul, e mais concretamente os de menor rendimento, vão estar a subsidiar as chamadas dos consumidores dos países do norte, que serão os únicos a poupar custos. Até porque os cidadãos do sul, com menos rendimento, têm menos disponibilidade para viajar e por isso não beneficiam desta redução do roaming.

Recorde-se que a Apritel, a associação de operadores em Portugal, tem vindo a defender que o fim do roaming é pejudicial para as operadoras e atrasa a inovação em Portugal.