A decisão do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço conhecida na semana passada define que empresas sediadas fora da União Europeia, Estados Unidos ou da OCDE devem ser impedidas de entrar nas redes 5G portuguesas

A CEO da Altice Portugal diz que "estamos numa fase de análise e entendimento porque a informação ainda é escassa", e admite que a decisão é ampla também na definição de critérios de exclusão, porque fala também na cadeia de abastecimento, e existem empresas internacionais sediadas em países da NATO e da União Europeia que dependem de cadeias de abastecimento fora dessas geografias.

Em declarações aos jornalistas à margem da celebração do aniversário da Altice Labs em Aveiro, Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, explica que a operadora "usa todos os fabricantes no mercado".  "A Altice recorre a vários players e trabalhamos com vários parceiros tecnológicos de forma diversificada e para além disso implementamos mecanismos e práticas internacionais na segurança das nossas redes", sublinhou.

"O que procuramos é entender e a analisar e tomaremos as decisões estratégicas e operacionais que acharmos mais convenientes", adiantou ainda, garantindo que "a Altice Portugal vai cumprir com os requisitos legais que forem impostos".

Sem comentar o impacto financeiro que pode ter a alteração dos equipamentos, a CEO também não quis pronunciar-se sobre a possibilidade da mudança ter de ser feita no espaço de cinco anos. Ainda assim refere que "se olharmos para outros países, o que tem sido feito é um prazo alargado". O exemplo referido é o da SFR em França, onde o prazo definido foi de 10 anos.

Alexandre Fonseca, Co-CEO do Grupo Altice, não quis também comentar a decisão , lembrando que é um tema recente e que a equipa portuguesa está a analisar em termos técnicos, financeiros, jurídicos e regulatórios e que depois irá submeter ao grupo para analisar em conjunto impactos e medidas a tomar. "Até lá, ano nível do grupo, não faremos nenhum comentário", justifica, embora realce que "tudo o que possa ter impacto ao nível do grupo nos preocupa".

"De uma primeira leitura, ressalta evidente que o nível de agressividade é superior ao que me parece ver noutros mercados", sublinha ainda. Em relação ao que está a acontecer noutros países, Alexandre Fonseca explicando também que em França "estamos em plena fase de substituição", tendo sido selecionadas 8 grandes cidades estratégicas, do ponto de vista militar ou infraestruturas críticas.

"Foi um processo negocial", destaca, referindo que o que lhe parece razoável foi "a existência de diálogo e que os operadores negociaram, discutiram e chegaram a alguns consensos", admitindo que não sabe se essa será a opção em Portugal.