A decisão foi anunciada esta segunda-feira, depois de as duas entidades envolvidas no projeto terem concluído que não estão reunidas as condições para manter a data inicialmente prevista.

Agência Espacial Europeia e agência espacial russa (Roscosmos) explicaram a decisão, dando nota de atrasos na entrega de equipamentos científicos e nas atividades industriais que têm vindo a preparar a missão.   

Em declarações à BBC, um dos responsáveis da missão explica que nos últimos tempos foi feito um esforço para reduzir os tempos de montagem, integração e testes do robot, de forma a manter 2018 como data de lançamento, mas acabou por se verificar que cumprir esses timings, mantendo o nível de risco da missão tão reduzido quanto possível, seria impossível.

A missão foi aprovada em 2005 e tem um orçamento de 1,3 mil milhões de euros, que só é possível suportar graças ao envolvimento dos russos no projeto, ainda que já tenha sofrido vários adiamentos. A primeira fase da missão avançou em março, com o lançamento da sonda Trace GasOrbiter e do módulo de aterragem Schiaparelli, que viajaram no foguetão russo Protão-M.

A viagem da sonda vai durar sete meses e quando chegar ao destino vai estudar os gases raros na atmosfera de Marte, mas só a partir de 19 de outubro, data prevista para a chegada.

A primeira missão europeia deste género lançou para a órbita de Marte a Mars Express, que por lá permanece há uma década e que identificou variações no metano existente na atmosfera daquele planeta. Outro objetivo da missão é o teste das condições de descida e aterragem em Marte e aí entra em cena o módulo Schiaparelli. Quando a primeira parte da missão foi lançada, a ESA divulgou um vídeo, onde mostrou toda a preparação.