O Governo quer que o uso da telemedicina em consultas e exames seja uma realidade em todo o país, esperando que o uso das novas tecnologias na relação entre profissionais e pacientes possa estender-se a todas as unidades de saúde de Portugal.

O objetivo vai ser discutido hoje, 7 de abril, num encontro que vai debater a inovação no sector da saúde e que foi promovido pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

O presidente do organismo, Henrique Martins, explicou à TSF que a telemedicina "é uma tecnologia como outra qualquer para a prática médica e deve estar disponível em todas as unidades de saúde".

A ambição não é nova e em 2013 já tinham sido dados os primeiros passos nesse sentido. Na altura um despacho do SNS previa a operacionalização de uma Rede de Telemedicina que contemplava dois cenários: consultas em videoconferência e em tempo real; e consultas realizadas com base em comunicação diferida, com o médico a analisar informações e imagens recolhidas junto do doente num momento posterior ao seu envio.

E para o responsável dos SPMS todos podem sair a ganhar com esta mudança: "o Ministério [da Saúde] gasta muito dinheiro em transportes de um lado para o outro e que estes, às vezes, até levam as pessoas a sentirem-se desconfortáveis pelos tempos de deslocação e por terem de acordar cedo".

Henrique Martins pede abertura de espírito, mas reconhece que o contacto físico entre profissionais de saúde e pacientes é indispensável em determinados casos. Também refere que "há muitos outros casos, sobretudo em doentes crónicos, em que a equipa clínica conhece bem a pessoa, o que permite esse contacto à distância que gera poupanças que podem ser investidas noutras áreas".

Ainda de acordo com a TSF, o Governo já iniciou a consulta pública para escolher as empresas que vão fornecer os serviços de telemedicina.

A inovação na saúde em Portugal é uma área que tem crescido e as novas tecnologias têm assumido um papel de destaque. Por exemplo, o tele-rastreio dermatológico que já arrancou no nordeste transmontano diminuiu o tempo de espera nas consultas da especialidade de dois anos para apenas um dia.

Um outro projeto que estava a ser desenvolvido na Madeira permitia, por exemplo, às vítimas de AVC recuperarem através da utilização de videojogos.


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