"Haverá países à volta do mundo onde as pesssoas poderão nunca usar um tablet, ou um PC, ou um desktop": as palavras são da CEO da Hewlett Packard, Meg Whitman, e servem para justificar o regresso da empresa ao desenvolvimento de smartphones, anunciado no final da semana passada como parte da nova estratégia de complementaridade aos tablets e portáteis da HP.


A responsável confirmou que a Hewlett Packard está já a trabalhar no regresso ao mercado dos smartphones, mas desta vez focada exclusivamente no segmento empresarial. A ideia é disponibilizar um terminal que sirva como principal dispositivo para acesso a dados digitais, permitindo ao utilizador não depender de um computador para tarefas como acesso à Internet, impressão, partilha de documentos ou comunicações.


"Há pessoas que farão tudo a partir de um smartphone. Nós somos uma empresa de computadores; e nós temos que apriveitar esse form factor" afirmou Whitman durante uma entrevista à Fox Business Network e citada pelo Mercury News.


Em relação às anteriores experiências menos bem sucedidas com este tipo de dispositivos, a responsável da HP refere que a empresa "terá mais cautelas" desta vez, através da criação de "ofertas fortes". "Temos que o fazer bem desta vez" afirmou Meg Whitman, explicando a sua conceção de trabalho para a equipa de desenvolvimento: "é mehor fazer bem do que rápido".


Em relação ao sistema operativo a usar nos seus novos smartphones, a mesma fonte refere que a HP não deverá entrar na lógica de criar um Sistema Operativo próprio, mas sim a de adotar um sistema já existente - Windows ou Android.


De acordo com o analista de mercado da Moor Insights & Strategy, Peter Moorhead, a escolha mais provável deverá ser o Windows Phone, devido ao foco que a Microsoft tem no mercado empresarial.

"É possível administrar e configurar um smartphone com Windows 8 de uma forma semelhante à de administrar um PC, com todas as questões de encriptação e ferramentas testadas que permitem aceder a informação empresarial" defendeu este analista, citado pela mesma fonte.


A nova aposta da HP no mercado dos smartphones sucede a experiências menos bem sucedidas da empresa com este tipo de dispositivos. Em 2010 a Hewlett Packard investiu 1,2 mil milhões de dólares na compra da Palm, aproveitando o webOS desenvolvido por esta empresa e abandonando a aposta no Windows Phone, embora não tenha conseguido cativar os utilizadores, quer do segmento doméstico, quer do empresarial.


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