Depois da divulgação de algumas pesquisas que sugeriam que o uso do telemóvel expõe o utilizador a riscos de contrair um aneurisma acústico (um tumor localizado no nervo que liga o ouvido e o cérebro), a investigação do Institute of Cancer Research, publicada no British Journal of Cancer desmentiu e clarificou estas ideias.

O estudo, reconhecido como o maior já realizado, baseou-se nos dados de 678 pessoas com aneurisma acústico e noutras 3.553 sem esse tipo de doença, indicando que o desenvolvimento do aneurisma acústico não está directamente associado ao uso do telemóvel.

"Os resultados do nosso estudo sugerem que não há riscos substanciais na primeira década de uso do dispositivo. Se os riscos só se manifestam a longo prazo, é-nos desconhecido até porque estamos a falar de uma tecnologia relativamente recente", disse Anthony Swerdlow do instituto britânico, citado pela C|net.

Em meados dos anos 90, um grupo independente estabelecido pelo governo inglês analisou a segurança do uso de telemóveis e também concluiu que estes não pareciam prejudicar a saúde. Porém, não deixou de afirmar que haviam indícios de que a radiação existente nos dispositivos tinha potencial para causar efeitos de saúde adversos e por isso deveria haver uma certa "cautela" no seu uso.

A verdade é que mais nenhum estudo foi capaz de provar estas acusações, um factor que leva a indústria de telefones móveis a argumentar que não existem evidências conclusivas sobre os efeitos das radiações electromagnéticas.

A análise do instituto juntou estudos conduzidos na Grã-Bretanha, Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia.

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