Durante todo o período de migração para a Televisão Digital Terrestre o centro telefónico de apoio ao processo recebeu 4.065 chamadas de telespectadores que ficaram sem serviços de televisão.



Os dados, revelados hoje pela Anacom, mostram que foi na terceira e última fase do processo, que decorreu no passado dia 26 de abril, que o centro de apoio recebeu um maior número de chamadas, com 2.264 contactos contabilizados, já depois da ação de desligamento, que ocorreu ao final da manhã.



Na primeira fase, finalizada a 23 de fevereiro, o centro recebeu 1.600 chamadas, já na segunda fase ligaram para a linha de apoio apenas 201 telespectadores.



Numa nota à imprensa a Anacom sublinha que o número de chamadas recebidas pelo call center de apoio à migração para a TDT representa apenas de 0,3% dos 1,3 milhões de famílias que precisavam de se adaptar à TV digital, por não estarem ligadas a serviços pagos de televisão.



A Anacom também faz notar que, embora o sinal analógico de televisão esteja completamente desligado em todo o país, a migração continua nos próximos meses para quem não habita o ano todo em Portugal ou tem uma segunda casa que só irá usar no período de férias.



Tendo em conta esta expectativa mantém-se por isso em vigor o programa de subsidiação que permite ter acesso a uma comparticipação na despesa necessária para assegurar a mudança para a TDT. Este apoio está restrito a grupos específicos da população, como os idosos, e pode ser requerido até 31 de agosto.



Note-se que, além dos 4.065 telespectadores que durante as três fases de desligamento do sinal analógico de televisão ligaram para o apoio da TDT, um número maior de famílias pode ter perdido o acesso ao serviço nesse dia sem se manifestar, por não ter intenção de acompanhar a mudança.



Um dos estudos de acompanhamento do processo, divulgado já em abril, mostrava que 8% das famílias não tinham intenção de migrar para a TDT nem contratar serviços de TV paga, em alternativa. Não precisar de TV ou achar caros os equipamentos necessários para fazer a migração eram os argumentos mais usados para explicar a decisão.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico




Cristina A. Ferreira